
(Foto: Daniel Jorge)
“Pra bariare”, numa comunicação ocorrida não há muito tempo, com a presença de alguns elementos da governação deste país, dizia-lhes que não teriam tido dois dos feriados de Junho, caso não tivesse sido a ilustre gente deste canto Nordeste a providenciá-los. Ao mesmo tempo lhes transmitindo que o mesmo se aplicava a um próximo feriado, em Dezembro.
Espanto geral, no final me sendo perguntado o que «nós» fazíamos com essa grandeza. Respondi-lhes que, à custa de nos terem, desde sempre, feito sentir pequeninos, continuávamos a ter um certo «complexo de inferioridade». Complexo esse que, e muito orgulhoso me deixou, me disseram que parecia não aplicar-se a este “rapaze”, ou “raparigo”.
E lembrei-me do Grande que também não teria existido sem «nós», o tal do «10 de Junho», que escreveria, sobre a prima, «Estavas, linda Inês, posta em sossego, / De teus anos colhendo o doce fruto». A prima, já afastada, porém, que foi a personagem central da mais célebre e trágica história de amor da nossa... História.
Diz a tradição, acrescida de outros mais sólidos argumentos, que D. Inês de Castro terá casado com o seu amado D. Pedro, em Bragança, há pouco mais de 670 anos. Porque, 670 anos não poderiam exactamente ser, que se cumpriram, neste preciso ano, sobre a sua trágica morte. Parece, como tal, que a célebre D. Inês de Castro teria uma especial razão para gostar de Bragança.
Todavia, outra mais forte haveria! Essa residindo no facto de D. Inês de Castro ser neta de uma… Macedense! A qual, por sua vez, era filha de uma ilustríssima figura cujos pais tinham sido dois… Bragançãos! Tempos outros nos quais era vulgar o casamento entre familiares directos. Perante isto, D. Inês de Castro possuía mais ligações às Terras de Bragança, que «Macedo dos Cavalleyros», nessa recuada época, a elas pertencia, do que por um pretenso casamento celebrado na Igreja de São Vicente de Bragança. “Se calha, pur’i, foi por isso que o fêzo em Bragança”…
D. Inês de Castro existência não teria tido sem a proeminência do sangue destas magníficas terras! Assim como outras figuras importantíssimas na História de Portugal não teriam tido essa mesma existência. Tal como o Grande que escreveria sobre a sua prima, mesmo que desconhecesse a ligação. Mas esse, Luís (de Macedo) Vaz de Camões, que também tinha sangue Braganção, já cá o trarei um dia destes.
Se D. Inês de Castro viva fosse, “munto stranharia ez’ta forma de stare” dos seus conterrâneos. E diria algo semelhante a um “Sendes mim brutinhos, q’a nh’ábó e ós mous bisabós eram dessas terras tão pimponas. Arribai lá essa proa!”…

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