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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

E depois do fogo? Os efeitos dos incêndios

Os efeitos do fogo nas componentes biótica e abiótica dos ecossistemas podem ser drásticos, já que constituem uma ruptura dos ciclos e cadeias que deles fazem parte. A diversidade de respostas das espécies e comunidades atesta a variedade de efeitos.
A ocorrência de um incêndio tem toda uma série de efeitos que se verificam, quer na área ardida, quer em áreas próximas. A amplitude destes efeitos depende, em particular, da intensidade do incêndio o qual, por sua vez, depende dos factores meteorológicos, do combustível que é queimado e do declive do terreno. Embora possam ser abordados separadamente, os diferentes efeitos causados pelos incêndios estão bastante interligados, devido às múltiplas relações funcionais próprias de qualquer ecossistema.
 No solo, na água e no ar
Relativamente ao solo podemos considerar efeitos directos, derivados da combustão da camada de detritos vegetais (folhada) e da matéria orgânica e efeitos indirectos derivados do desaparecimento do coberto vegetal. A combustão da matéria orgânica faz com que o solo fique temporariamente enriquecido em cinzas, ou seja, em nutrientes sob a forma mineral, os quais podem ser facilmente utilizados pelas plantas. Este processo está na base da utilização tradicional do fogo para fins agrícolas. É, no entanto, importante referir que, embora se verifique um aumento temporário de nutrientes disponíveis, o balanço global a médio/longo prazo é bastante negativo, já que enquanto não houver a reposição de uma parte significativa da matéria orgânica, não há possibilidade de restituir ao solo os nutrientes utilizados pelas novas plantas ou novos rebentos. Por outro lado, com as primeiras chuvas pode verificar-se o arrastamento superficial dos nutrientes sob a forma mineral, assim como o seu arrastamento em profundidade até níveis fora do alcance das plantas, o que também contribui para afectar negativamente a fertilidade do solo.
De um modo geral, a capacidade de retenção e de infiltração de água no solo pode ficar reduzida. Por um lado a diminuição do teor de matéria orgânica faz com que exista uma menor agregação entre as partículas do solo e, consequentemente, uma menor porosidade. Por outro lado a ocorrência de incêndios de grande intensidade faz com que se forme uma camada com propriedades hidrófobas, o que contribui para reduzir ainda mais a capacidade de retenção e de infiltração de água. A redução da infiltração da água das chuvas leva a um aumento do escoamento à superfície do solo o que, por sua vez, pode conduzir ao aparecimento de fenómenos de erosão. A erosão do solo será tanto maior quanto maior for o declive e quanto mais exposto ficar o solo após o incêndio.

Joaquim Sande Silva, Escola Superior Agrária de Coimbra

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