A aldeia de Teixeira, do concelho de Miranda do Douro, é muito devota a S. Bartolomeu. Com o amparo deste santo, o povo acredita estar livre das guerras. Diz-se que, no tempo dos mouros, estes tentaram invadir a aldeia e que o povo pediu ajuda a S. Bartolomeu.
E a ajuda chegou.
Quando os invasores estavam a entrar na aldeia formou-se nas "marras", um lugar que separa a povoação da Teixeira da povoação vizinha de Atenor, uma grande barreira que ninguém conseguia ver. Só os cavalos é que a viam e, por isso, não entravam. Voltavam sempre para trás. Até que os mouros desistiram.
Este santo é venerado numa grande festa, que tem lugar no dia 24 de Agosto.
Aos seus pés tem o diabo acorrentado. E na véspera da festa o povo liberta-o para que o santo vá sem ele na procissão.
Por isso se diz que, nesses dias, o diabo anda à solta.
E se acontece alguma coisa de ruim, diz-se: "Foi o diabo, ele anda à solta...".
Fonte: Inf.: Maria do Carmo Lopes, 39 anos; rec.: Teixeira, Miranda do Douro, 2000
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