Doutor em direito pela Universidade de Coimbra, onde terminou o curso com distinção em 1874.
Nasceu em Mirandela em 1850; era filho de abastados lavradores naturais de Izeda, concelho de Bragança. Enquanto estudante deu sempre provas de grande inteligência e dedicação ao estudo, obtendo as classificações devidas aos seus méritos provados. Era nesta época muito dado a estudos filosóficos e mitológicos, de que é modelo um trabalho escolar, publicado quando frequentava o terceiro ano do curso, e no qual se mostra favorável à doutrina de Kant. Foi por essa mesma ocasião que fez a sua profissão de fé republicana, tendo redigido um semanário intitulado República Portuguesa, em que também colaboraram: Magalhães Lima, Alves Morais, Lopes de Melo, Álvaro de Mendonça, Almeida Ribeiro (ainda estudantes), Manuel de Arriaga, Silva Pinto e Álvaro Coutinho (Alves de Morais e Álvaro de Mendonça têm biografia neste livro).
No começo da sua vida de estudante redigiu igualmente um periódico chamado O Liceu.
Concluído o curso, foi estabelecer banca de advogado no Porto, onde casou e leccionava as disciplinas do liceu. Dedicou todos os sacrifícios à propaganda republicana, para cujo fim fundou a Discussão, que durou pouco tempo.
Nem uma hora sequer deixou de cumprir o seu dever de democrata sincero e devotado. Orador eloquente, tomou parte em quase todos os comícios e reuniões que por esse tempo se realizaram no país. A sua palavra era escutada religiosamente e aplaudida como a de um apóstolo.
Em 1875 e 1876, quando fixou a sua residência no Porto, foi um dos redactores da Actualidade, jornal que se publicou para se fundar o Centro Eleitoral Republicano, e na lista do governo provisório da República figura o seu nome.No extinto regime propôs-se como deputado republicano, mas perdeu a eleição. Quando ardeu o teatro Baquet em 1888 recebeu em sua casa a rainha D. Maria Pia, que foi ver ali uns desgraçados órfãos que ele
recolhera.
Foi companheiro de Magalhães Lima numa viagem ao estrangeiro em 1890 (questões de maçonaria?). Na revolta de 31 de Janeiro de 1891, de que foi uma das figuras primaciais, leu das janelas da câmara municipal a proclamação do novo governo ao povo. Tendo-se malogrado a revolução emigrou para Paris, onde foi advogado dos consulados portugueses e brasileiros, continuando sempre entregue aos seus estudos predilectos. Só regressou a Portugal depois da vitória do ideal por que tão denodadamente combateu.
Escreveu: Discurso pronunciado na assembleia geral do Centro Eleitoral Republicano Democrático do Porto, em a noite de 20 de Outubro de 1877.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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