EXPOSIÇÃO - 17 mar '18 a 17 jun '18
A ideia de Homem à semelhança de Deus treme e abala-se, cai por terra, não sendo necessário recorrer ao feminino para o representar; tão quanto basta ouvir dizer que alguém é bastante humano, porque é bondoso, à semelhança de Deus. Mas será assim? A bondade será característica do Homem? E, de Deus, também? Reconhecida a crueldade desse primeiro deus, o castigador, o flagelador, até descobrir o estrondoso falhanço do Homem. Que deus feminino quando o primeiro crime de sangue envolve dois irmãos, homens, não havendo lugar para a dúvida? O Homem sentirá um temor por si próprio, um entrave ao mal que o rodeia ou interioriza; ascese em angústia como só pode ser. (…)
(…) Será esse deus feminino quem ilude Abel e Caim, sussurra ao ouvido, grita nas suas entranhas, ou, pelo contrário, os irmãos arrastam para a sua tragédia a presença do inocente para que a história possa ser contada? Não assim. Apenas o espetador contará a história, nunca o hipotético deus, nunca o assassino, nunca o assassinado.
Qual deles a terra, qual deles o fogo? Qual deles a água ou o ar? Tudo imagens violentando as metáforas, até à derradeira imagem do inevitável falhanço do Homem. A guerra relativiza-se, assim como a fome, a peste e a morte, um espetáculo sem ordem ou ocasião propícia, e sempre o erróneo em acontecer não aqui, nem agora, que isto não é connosco.
Quem mata quem será a última dúvida, o derradeiro ensinamento do mito, fazendo da certeza uma indecisão.
Curadoria: Filipe Marques e Jorge da Costa
Texto: Miguel Marques
Coprodução: Município de Bragança / Centro de Arte Contemporânea Graça Morais / OTIIMA ArtWorks
Número total de visualizações do Blogue
Pesquisar neste blogue
Aderir a este Blogue
Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário