Há seis anos que é confecionada na aldeia de Vale Pradinhos, no concelho de Macedo de Cavaleiros, e ninguém melhor do que quem mete a mão na massa, ou melhor, nos cogumelos, para explicar como se faz. É o caso de Paulo Veiga e José Santos:
“Tem de ter, essencialmente, boa matéria-prima, ou seja, bom pão, bom azeite, bons cogumelos e o ingrediente mistério que não podemos revelar.”
“Se não levar cogumelos não é uma açorda. O pão e os boletos são o que faz uma produção final tão fantástica como esta.”
A confeção desta açorda tem estado inserida no programa do encontro micológico que acontece anualmente naquela aldeia macedense, organizado pela Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Vale Pradinhos, que num futuro próximo quer mesmo tentar entrar para o livro do Guinness.
Segundo Armando Edra, presidente da associação, este foi o encontro que juntou mais participantes, e tal como o encontro, o objetivo é que o tamanho da açorda também vá crescendo de ano para ano:
“É o ano em que temos mais pessoas e a ideia é essa, crescer todos os anos um pouquinho. Tivemos por cá cerca de 100 pessoas, talvez um pouco mais, que vieram de vários pontos do país, e até do estrangeiro.”
Uma açorda que vai para além do aspeto gastronómico, explica Carlos Ventura, biólogo e membro da associação, que deixa ainda saber que no próximo ano vão tentar confecionar não a maior do mundo, mas sim do universo:
“Para o ano tentaremos chamar ainda mais pessoas, de forma a que a açorda contribua para que haja uma aglomeração entre a população jovem e a população mais velha, que se sente cada vez mais sozinha. Açorda como esta não há em mais lado nenhum, e para o ano não faremos a maior do mundo, mas sim do universo.”
Motivados pela açorda, pela vontade de aprender mais sobre cogumelos ou até pelo próprio convívio, muitos foram os que rumaram a Vale Pradinhos:
“Fiquei apaixonada. É o segundo ano que aqui estou para tentar entender mais e conhecer. Este ano foi ainda mais fascinante que no ano passado. Adoro a açorda.”
“O cogumelo é igual aqui e em Celorico de Basto, mas o ambiente proporciona o convívio e a aprendizagem de uns com os outros. A açorda é a melhor que se pode comer neste país.”
“É o primeiro ano que cá estamos e o passeio foi muito interessante. Vimos espécies que aqui não são tão valorizadas como na zona da Beira Baixa. Esta partilha de conhecimentos é muito interessante.”
“Tenho nove anos e costumo vir apanhar cogumelos. Já começo a saber distingui-los, aprendo muitas coisas novas.”
Esta foi a sexta edição deste Encontro Micológico que juntou mais de uma centena de pessoas em Vale Pradinhos, Macedo de Cavaleiros.
Escrito por ONDA LIVRE
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