Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS
São Paulo (Brasil)
(colaborador do Memórias...e outras coisas)
A comunidade brasileira em Portugal já soma, no início de 2020, cerca de 150 mil pessoas. Isso representa que, em cada quatro imigrantes que vivem em Portugal, um é brasileiro.
Somente durante o ano 2019, o número de brasileiros morando em Portugal, aumentou 43%, passando de 105.423, em 2018, para 150.854 pessoas em 2019. Essas informações foram divulgadas na última quinta-feira, 16 de janeiro de 2020, pelo SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, de Portugal), através do jornal “Público”. Esse resultado representa o terceiro aumento consecutivo da comunidade brasileira em Portugal, depois de um período de recessão, ocorrida entre 2011 e 2016. Se os números já são expressivos, sabe-se que o número de brasileiros em Portugal pode até ser muito maior, pois na estatística divulgada pelo SEF, não consta aqueles que têm dupla cidadania, afora aqueles que estão em situação irregular. A presidente da “Casa do Brasil”, que presta assistência aos imigrantes brasileiros em Portugal, disse que esses números podem ser maiores, pois há muita morosidade na atualização dos dados de processos de regularização de imigrantes.
No ranking das nacionalidades dos imigrantes vivendo em Portugal, a quantidade de imigrantes brasileiros é muito maior que quaisquer outros países: Por exemplo: Brasil,150.854 pessoas; Cabo Verde, 37.393; Reino Unido, 34.340; Roménia, 31.056 e Ucrânia, 29.671 pessoas.
- As informações passadas pelo SEF, infelizmente, não relata onde se concentram esses brasileiros que vivem em Portugal.
Há de se notar, que Portugal tem uma população envelhecida e baixo índice de natalidade, além do fato do êxodo dos jovens das regiões rurais; talvez por isso, o governo português tenha tomado algumas medidas para facilitar a regularização de imigrantes, que somam atualmente, 580 mil estrangeiros. Os perfis dos imigrantes que chegam a Portugal são bastante variados: há desde imigrantes menos qualificados, para trabalhar na agricultura, (N.A.: aqui mencionam Alentejo e não mencionam Trás-os-Montes), além de estudantes, famílias com crianças, além de muitos aposentados (reformados).
Atualmente o governo português propõe mais ações para aumentar a atratividade de Portugal para pessoas de outras nacionalidades. Talvez a principal proposta do governo luso, seja a criação de um visto especial para imigrantes que estejam à procura de emprego, algo que pode ajudar na entrada de imigrantes pela porta de entrada legal.
Quanto aos brasileiros, segundo a articulista do Jornal Folha de São Paulo, citada ao final, o caminho mais comum para os brasileiros que não têm visto de trabalho ou estudo, é por via irregular; entram no país como turistas e começam a trabalhar de forma informal, apelando muito depois, a um longo e burocrático processo de regularização, ainda que paguem multa pela permanência sem documentação adequada no país.
Como um estrangeiro que aprendeu a amar os transmontanos, sugiro que as autoridades transmontanas, expusessem claramente a vontade da maioria, e convidassem estrangeiros com experiência em agricultura, para dar um incremento à produção da região. Uma atitude simples, mas que poderia, junto com outras medidas, como o incremento do turismo rural, alavancar o progresso para as gentes das Terras Altas.
Referência:
- Artigo de Giuliana Miranda, no Jornal Folha de São Paulo, de 17 de janeiro de 2020.
- Observações do autor.
Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 8 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de quatro outros publicados em antologias junto a outros escritores.
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