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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

No Carnaval do chef Óscar Geadas havia diabos à solta e cozido no pote

O chef do restaurante G, na Pousada de Bragança, é natural de Vinhais, onde passou a infância. Desses anos, sobressai a memória dos "diabos à solta" no Carnaval e do cozido tradicional feito ao lume, com butelo e cascas e ainda, na sua casa, também o chouriço azedo.
Chef Óscar Geadas (Fotografia: Rui Oliveira/GI)
A comida do Carnaval está na abertura do menu de degustação do restaurante G, na Pousada de Bragança. O chef Óscar Geadas (na verdade, um Gonçalves que tomou como nome a alcunha da família) leva à mesa, como saudação aos comensais, um butelo desconstruído. Naquele restaurante panorâmico, que este ano manteve a estrela Michelin (a primeira em Trás-os-Montes, que distinguiu este projeto de cozinha regional contemporânea), também se pode provar o prato tradicional da região de Bragança – o butelo, um enchido, acompanhado pelas casulas (as cascas do feijão).

Este enchido feito com os ossos do espinhaço e das costelinhas e pele da bexiga ou do bucho, é desossado para criar um medalhão. É servido sobre um creme de cozido de cascas (ou casulas),acompanhado por orelha frita. Óscar, de 43 anos, vive em Bragança desde criança, mas é natural de Vinhais onde passou a infância. E pertencem a essa vila as suas memórias mais antigas do Carnaval. “Quando eu era pequeno, as pessoas levavam a tradição mesmo a preceito. Vestiam-se e saíam os diabos pela rua. Felizmente, em Vinhais está-se a procurar manter viva a tradição dos Mil Diabos à Solta”, referiu.
Chef Óscar Geadas (Fotografia: Rui Oliveira/GI)
Óscar tem memórias da sua mãe iniciar, com naturalidade, a comida do Carnaval. “Punha-se o pote ao lume logo de manhã, no fundo iam as carnes mais rijas, como a pá, o focinho e a orelha, a cozer lentamente. Depois das batatas e depois o butelo, que cozia mais depressa”, recorda. O cozido tradicional era feito como qualquer outra refeição festiva: naquele dia, a comida era aquela, preparada sempre da mesma maneira.
Restaurante G (Fotografia: Rui Manuel Ferreira/GI)
Na casa dos “Geadas”, também se comia o azedo, um chouriço feito com pão, alho e azeite e carne de porco. “Era a massa das alheiras, mas sem carne de aves e depois fazia-se com a pele do intestino grosso”, assinala. Esta pele é chamada a “tripa cagueira”, um nome que tem também o seu quê de entrudesco.

A Pousada
Foi um projeto de irmãos – de Óscar e de António – a reabilitação da pousada modernista de Bragança, recuperando, com frescura, o singular caráter do edifício. O restaurante fica nessa pousada de charme, com vista panorâmica sobre a cidade e o castelo.

Dora Mota

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