Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Mirandela vai tornar visitável maior concentração portuguesa de pintura rupestre

 O concelho de Mirandela guarda aquela que é considerada a maior concentração portuguesa de pintura rupestre e que vai passar a ser visitável no âmbito de um projeto anunciado hoje por esta autarquia do distrito de Bragança.


As pinturas foram descobertas há 32 anos nas escarpas da Serra de Santa Comba e o local vai ser alvo de estudos e intervenções com o apoio financeiro do programa “Promove-o futuro do Interior”, uma iniciativa do banco BPI e da Fundação “La Caixa”, em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

“EscarpArte” é o nome do projeto que propõe “uma viagem de sete mil anos pelas pinturas rupestres datáveis do quarto e terceiro milénios Antes de Cristo (A.C.)”, segundo a autarquia transmontana.

A presidente da Câmara, Júlia Rodrigues, destaca que este projeto “pretende contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do concelho” e acredita que conseguirá “atrair públicos e potenciar ciclos de visitação que contribuam para mitigar os efeitos do despovoamento do interior do país”.

Além de estudos de arte rupestre, das intervenções planeadas constam o mapeamento e levantamento digital 3D e multiespectral, a realização de trabalhos de arqueologia por meio de escavação, de trabalhos de conservação e valorização arquitetónica, processamento e análise de materiais recolhidos”.

Estão previstas também a promoção de educação patrimonial, a criação de meios de divulgação e apresentação ao público, com recurso às mais recentes tecnologias, bem como a criação de percursos de visitação com recurso a soluções móveis inovadoras.

O projeto “EscarpArte” é promovido pelo município de Mirandela numa parceria liderada pelo Laboratório Colaborativo MORE do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), juntamente com a autarquia local, a Universidade do Porto e o Grupo Dryas Octophetala.

O investimento estimado é de “200 mil euros, sendo a comparticipação por parte da autarquia de cerca de 95 mil euros”, e a iniciativa conta também com apoio da Direção Regional de Cultura do Norte.

A Serra de Santa Comba divide-se pelos concelhos de Mirandela, no distrito de Bragança, e Valpaços, no distrito de Vila Real.

“A sua implantação na depressão de Mirandela, o seu isolamento relativamente a outros acidentes geográficos e o perfil muito recortado dão-lhe uma grande visibilidade e fazem desta serra uma das mais características de Trás-os-Montes”, descreve o município.

A autarquia assegura ainda que “esta serra, para além das tradições religiosas e lendas ancestrais, possui um dos melhores miradouros transmontanos, permitindo avistar uma parte significativa dos distritos de Vila Real e Bragança e a região espanhola de Sanábria”.

As reentrâncias geológicas existentes na zona, também conhecidas por palas ou abrigos rupestres, nomeadamente o Buraco da Pala, terão sido ocupadas e servido para armazenamento de produtos agrícolas no Neolítico Antigo, entre os anos de 5.500 a 3.500 A.C.

As conclusões são de estudos realizados entre 1986 e 1990, por uma equipa de arqueólogos coordenada por Maria de Jesus Sanches do departamento de Ciências e Técnicas do Património da Universidade do Porto.

No ano de 1989, durante uma deslocação para uma escavação no abrigo do Buraco da Pala, estes profissionais depararam-se, no abrigo Regato das Bouças, com a presença de figuras pintadas avermelhadas (antropomorfos, arboriformes e figuras geométricas variadas).

O município adianta que “prospeções realizadas recentemente confirmaram a existência de maior número de pintura rupestre em escarpa e abrigos destas formas de cor ocre, que importa agora mapear e salvaguardar”.

Segundo a autarquia, “avaliações efetuadas na década de 1980 estimam que a continuidade dos estudos, com recurso a técnicas digitais modernizadas, pode levar à identificação de novas figuras de arte pré-histórica”.

Sem comentários:

Enviar um comentário