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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Um ano depois, aluna de Vimioso continua à procura de rede móvel para estudar

 Já com aulas presenciais, e não ‘online’ como há um ano, Leonor Miranda, uma aluna de 13 anos residente em Serapicos, no concelho de Vimioso, continua à procura de rede móvel para fazer pesquisas para trabalhos escolares.


Há um ano, devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19, a Lusa encontrou esta adolescente em regime de ensino ‘online’ a percorrer na carrinha do seu pai vários pontos da aldeia de Serapicos, no distrito de Bragança, em busca de rede para poder assistir às aulas.

Passado este tempo, a situação em nada se alterou em relação à cobertura dos sistemas de comunicações móveis na aldeia. Apenas mudou o facto de Leonor poder agora assistir às aulas presenciais no Agrupamento de Escolas de Vimioso, onde estuda.

“Se a situação vivida há um ano fosse [hoje] a mesma, [digo que] não se notam mudanças, já que a qualidade da rede móvel e de dados é a mesma, ou seja, nenhuma. Isto é frustrante. Se não tenho Internet não posso fazer o que quero ou preciso”, vincou à Lusa Leonor Miranda.

A adolescente continua a acompanhar o pai enquanto este faz os trabalhos agrícolas, ficando à sua espera num local onde haja rede. Desta vez, as pesquisas na Internet foram feitas num parque junto à ribeira de Angueira, ao ar livre e aproveitando um dia de sol.

“Aproveito o meu tempo livre na escola para fazer as minhas pesquisas. Se não consigo na aldeia, em algum lado tenho de fazer o meu trabalho e as minhas pesquisas. Por vezes, numa situação mais complicada, lá tenho de pedir ao meu pai para me levar na carrinha para apanhar rede, que é muito intermitente aqui na aldeia”, frisou.

Mesmo com a mudança das regras da pandemia a aluna ainda tem de se adaptar ao trabalho do pai na agricultura para, assim, os dois tirarem rendimento do dia e das deslocações, tentando manter o equilíbrio e a concentração mediante a "complicada" tarefa de apreender à distância naquela aldeia do concelho de Vimioso, onde falta cobertura da rede de Internet das várias operadoras nacionais.

Vítor Miranda, pai de Leonor, disse que a carrinha está sempre ao dispor das necessidades da sua filha, "porque é esforçada naquilo que faz".

“A Leonor facilita-nos muito a vida porque tenta fazer o máximo que pode na escola. Mas aqui na aldeia tudo o que lhe fizer falta para estudar cá estamos para resolver a situação. Aos fins de semana vou com as ovelhas e ela acompanha-nos. A Leonor fica na carrinha estrategicamente colocada num sítio onde haja rede para fazer o seu trabalho”, afiançou o pai.

Contactada pela Lusa, a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) explicou que, na sequência do leilão 5G, entraram dois novos operadores no mercado, passando a existir um total de cinco operadores móveis, a que acresce um operador grossista, além da Meo, Nos e Vodafone.

“É expectável que a dinâmica do mercado se altere e que o aumento de concorrência contribua para o aparecimento de mais ofertas, inovadoras e a preços competitivos”, indicou o regulador.

Segundo a ANACOM, ao nível da cobertura também haverá um impacto positivo, uma vez que o regulamento do leilão impõe obrigações: as redes móveis de alta velocidade deverão cobrir 75% da população de cada freguesia em 2023 e 90% da população em 2025.

“Ao nível da fibra ótica, também se espera uma melhoria da situação. A ANACOM está a promover uma consulta relativa à cobertura de redes fixas de capacidade muito elevada no território nacional e sobre as opções existentes quanto à instalação, gestão, exploração e manutenção dessas redes nas “áreas brancas”, com recurso a financiamento público, designadamente da União Europeia”, explicou na mesma nota aquela entidade reguladora das comunicações.

O objetivo final, segundo a ANACOM, é garantir o acesso de toda a população a redes de capacidade muito elevada (Gigabit), tendo como propósito assegurar a cobertura de todo o território nacional, garantindo a cobertura de todos os agregados familiares por redes Gigabit até 2030, sendo consideradas como prioritárias as áreas de baixa densidade populacional, favorecendo a coesão territorial e a valorização dos territórios do interior.

“Desta forma, pretende-se melhorar a atual situação do país, onde subsistem algumas falhas de mercado na cobertura do território nacional, sobretudo em áreas menos povoadas, facilitando a transição digital e promovendo a coesão económica, social e territorial”, concluiu aquela entidade.

Francisco Pinto (texto e fotos), da agência Lusa

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