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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 8 de março de 2023

𝐀𝐬𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚çõ𝐞𝐬 𝐞 𝐂𝐨𝐨𝐩𝐞𝐫𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚𝐬 - 𝐂𝐫ó𝐧𝐢𝐜𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐚𝐧𝐮𝐧𝐜𝐢𝐚𝐝𝐚 𝐞 𝐚 𝐝𝐞𝐩𝐞𝐧𝐝ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫 𝐥𝐨𝐜𝐚𝐥

 No rescaldo da assembleia extraordinária de uma das associações comerciais mais antigas do país, repleta de história e de um passado riquíssimo, espelho daquele que foi, durante muitos anos, o ritmo de desenvolvimento do nosso concelho e cujo principal papel é o de representar todo o tecido empresarial e comercial, colhendo força e motivos em cada um dos seus associados sinto-me enquanto associado, como se obrigado a partilhar a minha e aquela que considero que deveria ser uma preocupação generalizada neste tema, tão importante para que possamos tentar recuperar o melhor do passado de Macedo de Cavaleiros.
Espera-se de entidades deste género a capacidade de debater, rebater e reclamar, sempre e junto de quem necessário, os direitos, as ambições e tudo aquilo que o grupo de associados ali representados defendem como melhores opções para o desenvolvimento do tecido empresarial e, consequentemente, do futuro económico do concelho. Não fossem eles responsáveis pela quase totalidade do PIB e dos postos de trabalho do mesmo.
Algures pelo caminho esta, à semelhança de outras instituições e cooperativas do país, vem a definhar. Não por culpa dos dirigentes que as lideram ou lideraram mas por aqueles que, não as liderando, colhem frutos de todas as dificuldades com que aquelas se deparam.
O dinamismo dos tempos trouxe novos desafios, novas imposições, novas limitações e, claro está, novas necessidades. 
A mais marcante de todas elas é, sem duvida, a necessidade financeira para manter qualquer instituição deste género.
E neste caso em particular, esta necessidade tem sido alvo constante de escrutínio. O que seria compreensível se este escrutínio fosse feito por aqueles que deveriam ser o garante da sua subsistência: os associados. Mas não é...
E eis que chegamos ao ponto em que tal instituição se depara com um quase total estado de dependência do poder político.
E neste sentido, aquela que deveria ser a representante das empresas e comércios vê-se na posição de ter que ser praticamente sustentada, se bem que de forma indireta, por verbas dum orçamento municipal como garante de execução de um dos principais eventos promovidos por esta associação.
E que conveniente são situações como esta para o poder local, que passa a deter a capacidade de abrir e fechar a torneira consoante a bitola ou fotografia mais lhe convém.
Naquela assembleia estiveram presentes 6 associados! Mas o mais preocupante nem é este numero reduzido, mas antes o facto de não estarem, nem se verem ali representadas as cerca de 3000 empresas e comércios do nosso concelho que, lamentavelmente, parecem não ver a agregação e o associativismo como as mais eficazes formas de demonstração de força e resiliência, em defesa daquele que acredito ser o interesse comum a todas elas: 𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐧𝐯𝐨𝐥𝐯𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨.
Ouço, de forma recorrente, muitas pessoas afirmar que desistiram de ser associados por não retirarem dali qualquer benefício. Como se, a troco de um pequeno valor anual (60€, se a memória não me engana), o apoio jurídico e à gestão, a formação dos trabalhadores (que é, inclusive, obrigatória) e o simples facto de integrarem e contribuírem para a instituição que defende e trabalha em prol daquele que é o núcleo duro do desenvolvimento, não fossem razão suficiente.

Perdemos algures o 𝐛𝐚𝐢𝐫𝐫𝐢𝐬𝐦𝐨 que caracteriza as comunidades das cidades fortes.
1. Como se os nossos tivessem deixado de ser os melhores!
2. Como se o que é nosso não fosse bom o suficiente para competir com tudo o resto!
3. Como se o nosso tecido comercial e empresarial não movimentasse um volume de cerca 213 milhões de euros/ano e tivesse crescido 26% de 2020 para 2021!
4. Como se esse tecido não empregasse mais de 4000 pessoas!
5. Como se, em 2021, não tivéssemos 10 empresas galardoadas com o estatuto PME Líder e 3 com o estatuto PME Excelência!
6. Como se, de repente, fossemos apenas mais uma cidade no mapa!
7. Como se o que vem de fora fosse sempre melhor que o que cá temos.

Esta divisão entre as comunidades e os tecidos empresariais/comerciais e o desmembramento da essência de instituições como esta, ajudou a que chegássemos onde estamos: um concelho sem estratégia económica, sem visão e sem esperança para as gerações futuras.
A união faz a força e, neste caso em particular, essa é a força que, algures pelo caminho, se viu desvanecer, impondo às empresas e comerciantes a única escolha de caminhar sozinhas e reagir em vez de agir.
Reparem que, durante este pequeno texto, praticamente não toquei naquela que é, para muitos, a única razão de existência daquela associação: A Feira de São Pedro.
E não toquei porque, lamentavelmente, aquele que já foi o evento mais representativo do tecido empresarial e comercial do concelho, deixou de o ser para passar a ser apenas mais uma forma de demonstração da vontade que o poder local tem, ou não, em fazê-lo. 
E esse caminho, o da subserviência nunca foi, nem nunca será o caminho certo.
No presente e para o futuro, é essencial para o concelho e para esta instituição a participação ativa de todas as empresas, comércios e seus representantes, em defesa de um futuro melhor e como principal forma de exercer força e demonstrar preocupação, através de uma instituição que foi criada exatamente para esse efeito: 𝐫𝐞𝐮𝐧𝐢𝐫 𝐚 𝐞𝐧𝐞𝐫𝐠𝐢𝐚 𝐫𝐞𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐬𝐞𝐮𝐬 𝐚𝐬𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐞 𝐝𝐞𝐟𝐞𝐧𝐝𝐞𝐫 𝐨 𝐩𝐚𝐩𝐞𝐥 𝐞𝐬𝐬𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐪𝐮𝐞 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐮𝐦 𝐝𝐞𝐥𝐞𝐬 𝐭𝐞𝐦, 𝐧𝐮𝐦 𝐜𝐨𝐧𝐜𝐞𝐥𝐡𝐨 𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞𝐞𝐧𝐝𝐞𝐝𝐨𝐫𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐯𝐞𝐳 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐬𝐨𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨, 𝐚𝐫𝐫𝐚𝐬𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨-𝐬𝐞.
As empresas e o comércio, mediante os seus impostos e postos de trabalho, são o garante de um estado e não o contrário (por muito jeito que isto pudesse dar a quem governa) e por isso merecem apreço, respeito e, mais importante ainda, devem ser ouvidas em matérias tão importantes como a economia local, a criação de riqueza, o futuro do concelho, e consequentemente, a fixação de pessoas.
Concelhos com economias fortes têm, por norma, associações fortes a quem o poder local responde, e não contrário.

Cláudio Trovisco
(Membro da Assembleia Municipal)

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