D. Jerónimo de Meneses – Doutor em teologia e reitor da Universidade de Coimbra, natural de Santarém. Filho de D. Henrique de Meneses, governador da Casa do Cível, e de D. Brites de Vilhena, filha de Rui Barreto, alcaide-mor de Faro; neto por seu pai de D. João de Meneses, conde de Tarouca e Prior do Crato.
Faleceu em Lisboa a 12 de Dezembro de 1600 da peste que então grassava naquela cidade e foi depositado na capela-mor da igreja de S. Francisco de Lisboa, até que em 1605 o seu sucessor fez trasladar seus restos mortais para a capela de Nossa Senhora da Saúde, no Porto, onde jazem, e não em Lisboa, como diz Pires (73); mas a legenda do retrato diz que jaz em Santarém.
Doutorou-se na Universidade de Coimbra a 21 de Outubro de 1570, assistindo pessoalmente a este acto o rei D. Sebastião(74). Ignoramos quando teve lugar a sua apresentação no bispado de Miranda, que devia efectuar-se entre 1579 (ano em que D. António Pinheiro foi transferido para Leiria) e 16 de Abril de 1581, onde já assistiu como nosso bispo às Cortes de Tomar, nas quais Filipe II de Espanha foi reconhecido como rei de Portugal.
A 5 de Setembro de 1592 tomou posse do bispado do Porto em que fora apresentado e que se achava vago pela morte do bispo D. Frei Marcos, sucedida a 3 de Setembro de 1591.
D. Rodrigo da Cunha(75) julga que o mosteiro de S. Bento de Bragança foi fundação deste bispo, para o qual trouxe do de Vairão, no bispado do Porto, pertencente à mesma ordem, religiosas de muita virtude. Ignoramos se efectivamente o prelado cooperou para a erecção deste convento que fundamentalmente lhe não pertence, como ao tratar dele mostramos; no entanto, pelo documento que damos noutro lugar (76), sabemos que D. Jerónimo de Meneses ofereceu, enquanto fosse bispo de Miranda, 50$000 réis para custeio das despesas das freiras de Santa Clara de Bragança, em 1585, e se prontificou a mandar vir algumas
Faleceu em Lisboa a 12 de Dezembro de 1600 da peste que então grassava naquela cidade e foi depositado na capela-mor da igreja de S. Francisco de Lisboa, até que em 1605 o seu sucessor fez trasladar seus restos mortais para a capela de Nossa Senhora da Saúde, no Porto, onde jazem, e não em Lisboa, como diz Pires (73); mas a legenda do retrato diz que jaz em Santarém.
Doutorou-se na Universidade de Coimbra a 21 de Outubro de 1570, assistindo pessoalmente a este acto o rei D. Sebastião(74). Ignoramos quando teve lugar a sua apresentação no bispado de Miranda, que devia efectuar-se entre 1579 (ano em que D. António Pinheiro foi transferido para Leiria) e 16 de Abril de 1581, onde já assistiu como nosso bispo às Cortes de Tomar, nas quais Filipe II de Espanha foi reconhecido como rei de Portugal.
A 5 de Setembro de 1592 tomou posse do bispado do Porto em que fora apresentado e que se achava vago pela morte do bispo D. Frei Marcos, sucedida a 3 de Setembro de 1591.
D. Rodrigo da Cunha(75) julga que o mosteiro de S. Bento de Bragança foi fundação deste bispo, para o qual trouxe do de Vairão, no bispado do Porto, pertencente à mesma ordem, religiosas de muita virtude. Ignoramos se efectivamente o prelado cooperou para a erecção deste convento que fundamentalmente lhe não pertence, como ao tratar dele mostramos; no entanto, pelo documento que damos noutro lugar (76), sabemos que D. Jerónimo de Meneses ofereceu, enquanto fosse bispo de Miranda, 50$000 réis para custeio das despesas das freiras de Santa Clara de Bragança, em 1585, e se prontificou a mandar vir algumas
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(73) PIRES,Manuel António – Opúsculo de Considerações Históricas. Portugal – Dicionário histórico, artigo «Menezes» (D. Jeronymo de) e o Censual de todos os beneficios.
(74) Ibidem.
(75) CUNHA, Rodrigo da – Catálogo e História dos Bispos do Porto, parte II, cap. XL, p. 342.
(76) Ver o documento n.º 97.
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religiosas para iniciarem nele a profissão da ordem. D. Rodrigo, já atrás citado, louvando a caridade deste prelado, diz que «nos annos de esterilidade soccorreu com notavel grandeza os necessitados».
No Corpo Diplomático Português (77) encontra-se a bula Pastoralis officii, de 2 de Dezembro de 1579, concedendo à Inquisição a pensão de 400$000 réis sobre os frutos da mesa pontifical do bispado de Miranda, com certas cláusulas. Nas costas lê-se: «Intimei estas letras de S. Santidade ao muito Illustre Senhor D. Hieronimo, Bispo de Miranda, as quaes houve por intimadas e disse que as compriria assi e da maneira que se nellas contem e assinou em Santarem aos 28 dias de abril. – Hector Fernandes noitario apostolico e do Santo Officio o escrevi de MDLXXX.
Hyeronimo de Menezes, Bispo de Miranda».
A tela do seu retrato, que está no Paço Episcopal de Bragança, aponta a inscrição: D. Hieronimus de Mene / zes Scalabis natus, Rector in Universitate Collinbriensis Epis / copus Mirandensis postea Por / tucalensis, ubi natus ibi jacet / sepultus.
O Santuário Mariano, tomo V, pág. 547, diz que fora primeiramente bispo do Porto, no que padeceu engano.
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(77) Vol. X, fl. 565.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA
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