Por: Luís Abel Carvalho
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Sabeis o que é Ulha? Talvez não. Ulha é sinónimo de duas bofetadas. Passo a explicar:
Nos idos anos cinquenta, quando um carro ia à minha aldeia – coisa rara -, os garotos não saíam de roda dele. Quando ia embora, íamos todos para as escadas da Tia Maria Gorda vê-lo subir a estrada do “Pinhal do Ribelho“, até desaparecer na linha do horizonte.
Nos idos anos cinquenta, quando um carro ia à minha aldeia – coisa rara -, os garotos não saíam de roda dele. Quando ia embora, íamos todos para as escadas da Tia Maria Gorda vê-lo subir a estrada do “Pinhal do Ribelho“, até desaparecer na linha do horizonte.
Enquanto o víamos , dizíamos numa chinfrineira: Ulha, ulha! Indó bejo, indóbejo. Ulha, indó bejo!
Uma vez passou por ali a Professora (D.Ivone) que nos chamou e nos pôs em fila indiana. (Éramos seis). Deu duas bofetadas a cada um. “ Seus burros!”. Não nsabeis que hulha é carvão?! “ É assim que s´instrói!”, apoiaram alguns populares. E nunca mais esqueci que hulha é carvão. E, coincidência do destino, trabalhei numas minas de carvão (antracite)!
Uma vez passou por ali a Professora (D.Ivone) que nos chamou e nos pôs em fila indiana. (Éramos seis). Deu duas bofetadas a cada um. “ Seus burros!”. Não nsabeis que hulha é carvão?! “ É assim que s´instrói!”, apoiaram alguns populares. E nunca mais esqueci que hulha é carvão. E, coincidência do destino, trabalhei numas minas de carvão (antracite)!
Fontes de Carvalho
Fontes de Carvalho, pseudónimo de Luís Abel Carvalho, nasceu no Larinho, uma aldeia transmontana do Concelho de Torre de Moncorvo, Distrito de Bragança. É o filho do meio de três irmãos.
Estudou em Moncorvo, Bragança e no Porto, onde se formou em Engenharia Geotécnia. É casado e Pai de três filhos.
Viveu no Brasil, onde passou por momentos dolorosos e de terror, a nível económico e psicológico. Chegou a viver das vendas de artesanato nas ruas e a dormir debaixo de Viadutos.
No ano de 1980 e 1981 foi Professor de Matemática em Angola, na Província de Kwanza Sul, em Wuaku-Kungo. Aí aprendeu a desmistificar certos mitos e viveu uma realidade muito diferente da propagandeada.
Em Portugal deu aulas de Matemática em diversas cidades, nomeadamente em São Pedro da Cova, Ponte de Lima, Cascais (na Escola de Alcabideche, onde deu aulas aos presos da cadeia do Linhó), Alcácer do Sal, Escola Francisco Arruda e Luís de Gusmão, em Lisboa. Frequentou durante quatro anos, como trabalhador-estudante, o curso de Engenharia Rural, no Instituto Superior de Agronomia.
Em 1995 fundou a empresa Bioprimática – Reciclagem de Consumíveis de Informática, onde trabalha até hoje como sócio-gerente.
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