D. José de Melo – Natural de Évora, filho ilegítimo de D. Francisco de Melo, 1.º marquês de Ferreira e 3.º neto de D. Fernando, duque de Bragança.
Foi criado na vila de Moura, usando do nome de José Pimenta enquanto não foi reconhecido como filho de quem era. Estudou latim e teologia em Évora, graduando-se depois em cânones na Universidade de Coimbra, como colegial do colégio de S. Pedro, e não no de Évora, como pretendem os autores da Evora Gloriosa (88). É certo, porém, que enquanto estudou em Évora gozou para sua côngrua sustentação de uma das vinte e seis capelas instituídas pelo cardeal D. Henrique, depois rei, para estudantes pobres.
Concluída a formatura, passou logo à corte de Madrid, que então superintendia nos destinos de Portugal, e depois de gastar quatro anos em pretensões, foi nomeado agente daquela corte pela coroa de Portugal em Roma, onde chegou a 20 de Julho de 1604, fazendo a viagem por terra, caminho que igualmente seguiu quando regressou da capital do orbe católico, em princípios de Outubro de 1608.
Foi criado na vila de Moura, usando do nome de José Pimenta enquanto não foi reconhecido como filho de quem era. Estudou latim e teologia em Évora, graduando-se depois em cânones na Universidade de Coimbra, como colegial do colégio de S. Pedro, e não no de Évora, como pretendem os autores da Evora Gloriosa (88). É certo, porém, que enquanto estudou em Évora gozou para sua côngrua sustentação de uma das vinte e seis capelas instituídas pelo cardeal D. Henrique, depois rei, para estudantes pobres.
Concluída a formatura, passou logo à corte de Madrid, que então superintendia nos destinos de Portugal, e depois de gastar quatro anos em pretensões, foi nomeado agente daquela corte pela coroa de Portugal em Roma, onde chegou a 20 de Julho de 1604, fazendo a viagem por terra, caminho que igualmente seguiu quando regressou da capital do orbe católico, em princípios de Outubro de 1608.
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(88) SACRAMENTO, João do, Frei – Crónica de Carmelitas Descalços particular do reino de Portugal e província de S. Filipe, tomo II, livro V, cap. XIX, p. 362 e seguintes. LEAL, Pinho – Portugal Antigo e Moderno, artigo «Moura».
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Frei João do Sacramento (89) descreveu miudamente os negócios que D. José de Melo tratou nesta sua comissão.
Transferido D. Diogo de Sousa para o arcebispado de Évora em 1609, foi logo D. José de Melo nomeado bispo de Miranda, sendo sagrado em Lisboa, e morrendo este a 30 de Dezembro de 1610, foi suceder-lhe na dignidade arquiepiscopal de Évora, tomando posse por procuração a 12 de Setembro de 1611 e fazendo ali depois, em 6 de Novembro do mesmo ano, sua entrada solene (90).
A crónica que vamos seguindo, sendo tão minuciosa em particularidades da vida deste bispo de Miranda, nada lhe aponta feito em benefício desta Sé.
«Foi um dos mais insignes pontifices que teve a egreja de Evora, zeloso do culto Divino, amante da justiça e da pobreza, generoso nas esmolas e magnifico nas fabricas» (91); fez grandes obras nos paços episcopais de Évora, onde ainda hoje na parte principal se vêem, em magníficos azulejos, as suas armas; mandou compor a casa do colégio de S.Marcos e fez imprimir de novo as constituições sinodais deste arcebispado.
Morreu em Évora a 2 de Fevereiro de 1633 e está sepultado na capela-mor da igreja do convento dos Remédios desta cidade, de que era padroeiro, tendo na campa o seguinte epitáfio: Sepultura de D. Joseph de Mello, Filho do Marquez de Ferreira D. Francisco de Mello, primeiro deste nome, bispo de Miranda, arcebispo de Evora, fundador do padroado deste convento com seis missas quotidianas e tres officios cada anno por sua alma, de seus paes e irmaos, padroeiros successores e parentes.
Falleceu a 2 de fevereiro de 1633 (92).
No Paço Episcopal de Bragança conserva-se em tela o seu retrato e nela a legenda: D. Josephus de Mello Evorae ortus / ad Archiepiscupa / tum hujus civitatis / permutatus ibi obiit, / ibique jacet.
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(89) Ibidem.
(90) Ibidem. Portugal Antigo e Moderno, artigo «Moura».
(91) FONSECA, Francisco da – Évora Gloriosa, p. 306.
(92) SACRAMENTO – Crónica de Carmelitas descalços…O Dicionário Bibliográfico, tomo XIII, faz menção deste bispo, bem como o Portugal – Dicionário histórico, artigo «Mello» (D. José de).
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA
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