O processo tinha cinco arguidos, mas um dos acusados morreu na cadeia de Bragança, onde se encontrava em prisão preventiva a aguardar julgamento.
No banco dos réus estão agora três homens e uma mulher, com idades entre os 33 e os 56 anos, acusados dos crimes de tráfico de estupefacientes, detenção de arma proibida e tráfico e mediação de armas.
Os arguidos são uma engenheira e um agricultor de Mirandela, um porteiro de Vila Nova de Gaia e um mecânico de Boticas, três dos quais estão em prisão preventiva.
O grupo foi detido em junho de 2022 numa operação policial denominada “Semente em Pó” realizada durante dois dias em vários concelhos do Norte do país para dar cumprimento a cinco mandados de detenção, nove mandados de buscas domiciliárias e a 15 mandados de buscas em veículos, anexos e estabelecimentos.
As autoridades apreenderam 500 doses de cocaína, 26 de haxixe, 40 de canábis folhas, 63 plantas e sementes de canábis, quatro balanças de precisão, outro material relacionado com o tráfico de droga, além de mais de cinco mil euros em dinheiro, duas viaturas, armas de fogo e munições, bastões, catanas e material informático, entre outro.
Da operação policial resultaram seis detidos, mas o Ministério Público acabou por deduzir acusação apenas contra cinco dos visados.
A alegada rede de tráfico de droga teria base em Mirandela, no distrito de Bragança, e estava a ser investigada há cerca de dois anos.
A investigação apurou que a droga era adquirida nos distritos do Porto e Vila Real e “tratada, acondicionada e enterrada em locais ermos do concelho de Mirandela para ser revendida a consumidores dos concelhos de Mirandela, Valpaços, Vila Flor, Chaves e Boticas”.
“Paralelamente a essa atividade, o grupo cultivava plantas de canábis, aproveitando locais em que a vegetação não permitia detetar a presença das mesmas, procedendo à sua secagem e embalamento em armazéns, no concelho de Mirandela, para posteriormente a vender aos consumidores”, segundo a investigação.
O Ministério Público arrolou quase 80 testemunhas para o julgamento que começou hoje, em Bragança, e durante o qual os arguidos estarão ausentes da sala de audiências, a pedido do Ministério Público.
O pedido foi justificado “considerando os constrangimentos e receios que as testemunhas consumidores podem apresentar, de forma a garantir um depoimento livre e consonante com a verdade”.
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