O presidente da associação, responsável pela proposta ferroviária que ligará Porto, Vila Real, Bragança e Zamora, acredita que o esforço feito na região vai ter resultados:
“Pela forma que a região tem demonstrado interessar-se por este projeto e como se juntaram em torno dele, defendendo-o em todas as oportunidades que podem, o que também fizeram em vários dos pedidos que entraram no processo de consulta pública.
Parece-me também que já existe uma certa alteração do discurso por parte do Governo em relação a isto, tenho indicações de que poderão ser consideradas as propostas que nós deixámos, em particular o facto da linha começar no Aeroporto Francisco Sá Carneiro e não em Caíde, como estava previsto, e ser deixada em aberto a possibilidade de vir a ser em alta velocidade, dois pressupostos que não estavam no plano original mas que parece que agora irão constar.
Portanto, por esse ponto de vista e pela forma como a região se tem envolvido com este projeto, e tendo em conta como as coisas têm acontecido, começo a ver luz ao fundo do túnel.”
Luís Almeida diz que para ser rentável, a linha tem de ligar a Madrid:
“Não há outra forma.
A verdade é que esta ligação só poderá ter um retorno económico muito favorável se ela for ligada a Espanha, e isto não quer dizer que se inviabilize qualquer outra intenção.
Muita coisa mudou desde a cimeira da Figueira da Foz.
O que se faz nas redes de transporte é ligar nós, e se olharmos para a Península Ibérica, o Porto é nó, Aveiro não. Portanto, vamos pedir às nossas empresas que estão na zona norte do Rio Douro que façam uma viagem adicional por toda a costa até Aveiro, para depois aí inverter para a linha Alta ou para o futuro corredor Aveiro-Viseu-Salamanca. É uma questão estratégica, as cadeias logísticas têm de ser eficientes, esta é a saída natural de toda a área metropolitana do Porto, em que a parte industrial se localiza sobretudo acima do Rio Douro.”
O presidente da Associação Vale D’Ouro está convicto de que o corredor de Trás-os-Montes será o que mais impacto económico vai ter:
“Serve mais pessoas, serve estrategicamente mais tecido e serve uma região que produz mais riqueza.
No aspeto financeiro, as duas linhas são equivalentes, não o serão muito provavelmente no impacto económico que terá sobre o território, que pelos indicadores que analisámos, temos a forte suspeita de que o corredor por Trás-os-Montes terá muito mais impacto no território e no país.”
O Plano Nacional Ferroviário e a linha Porto-Vila Real-Bragança-Zamora foram tema de uma sessão pública promovida pela JSD distrital de Bragança, que contou com a presença de vários representantes do partido.
Entre eles esteve o presidente da distrital do PSD do Porto, Sérgio Humberto, que defende a ligação a Madrid por Trás-os-Montes mas acusa o Governo de estar a trabalhar devagar no que toca ao Plano Nacional Ferroviário:
Defendo esta linha de forma convicta, não só pelo Norte do país mas pela questão nacional, pois se vai ser construída a ligação Lisboa-Madrid como primeira prioridade, como segunda tem de ser pelo Norte e nunca pela Beira Alta.
Não podemos perder tempo. Enquanto Portugal está a meio da ponte, há países nas circunstância de Portugal que estão a avançar muito mais rápido e a tomar decisões.
Um político é para decidir e não para gerir o dia a dia. Verdadeiramente é isso que está a acontecer e não temos ninguém à frente do país que tome essas decisões que são urgente para todos os portugueses.
Carlos Rodrigues, presidente da JSD Distrital de Bragança, explica que promoveram a sessão para envolver a população, os jovens em particular, na luta pelos interesses da região:
“Fizemos esta sessão com o objetivo de não deixar morrer o tema, mantê-lo na ordem do dia, assim como passar para a população que a opinião delas também é importante e conta, porque isto tem de ser uma luta de todos do distrito e não só, por isso quisemos também envolver o Porto e se conseguirmos agregar Vila Real, melhor ainda.
Somos nós, geração mais jovem, que neste momento está a tentar tomar as rédeas do processo, por isso achamos que é fundamental começar o mais cedo possível e passar esta mensagem às novas gerações, de que é preciso lutar e não podemos estar à espera de que alguém o faça por nós.”
A sessão aconteceu na Casa do Careto, em Podence, Macedo de Cavaleiros, por ser o único local de paragem do comboio previsto no concelho.
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