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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 31 de maio de 2023

O Jogo do Malhão | Jogos Populares Tradicionais

 
O Jogo do Malhão

“O malhão é uma malha de pedra com cerca de quinze quilos para cujo lançamento se exige força e técnica.

É ir a Barroso ou ao Vale de Aguiar, também às povoações das faldas do Alvão, e ver como os homens, por vezes sem aspecto de valentaças, atiram com o calhau a uma distância de se dar dois assobios admirados.

Como muitos outros jogos, o do malhão procede do trabalho rural.

Imaginemos um agricultor a atirar para a borda do campo ou para um qualquer muragalho as pedras que empecilham o cultivo.

Imaginemos ainda que ele, com uma pedra mais pesada, resolve experimentar a sua força, esforçando-se por que a pedra atinja a distância fixada.

O trabalho ganha assim uma nova dimensão, a do prazer lúdico, e o jogo nasce, convertendo-se em competição se outro agricultor está a seu lado e decide fazer a mesma experiência.

Foi assim que o jogo do malhão nasceu e terá sido assim que a modalidade do disco olímpico nasceu também.

Diz Homero na Odisseia (Rapsódia Um) sobre a participação de Ulisses num torneio de jogos no país dos Feácios: «Tomou o disco… Fê-lo girar com o braço e de sua forte mão despediu a pedra que zunia.»

Note-se, entretanto, que nas aldeias transmontanas o malhão não tem obrigatoriamente cerca de quinze quilos: o povo é avesso à rigidez do desporto, sendo flutuantes as regras dos seus jogos que se adaptam frequentemente às circunstâncias.

Regras

1.- A pedra a lançar é a mesma para todos os concorrentes e terá aproximadamente quinze quilos.

2.- Cada concorrente tem direito a lançar seis vezes a pedra, alternadamente.

3.- Sempre que caia a pedrinha colocada em cima da vara, a seus pés, o lançamento é considerado nulo, tal como quando o jogador ultrapassa o risco (onde a vara se encontra horizontalmente) no acto ou logo após o lançamento.

4.- É o local onde o malhão bate, mais próximo do local de lançamento, que marca a distância, vencendo o jogador que mais longe o atirar.

Nota: Há vários jogos do malhão. Este pode ser atirado com uma das mãos – de lado, por cima dos ombros ou dentre as pernas, sendo a primeira a modalidade habitual.”

António Cabral “A perspectiva cultural dos jogos populares”, in Estudos Transmontanos, Vila Real, n.º 2, 1984 (texto editado)

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