A gaita-de-foles e os bombos animaram a aldeia num dos pontos altos do evento: a ronda pelas adegas. Uma tradição que se procura manter e que consiste beber e comer de porta em porta. E que Júlio Romão faz questão de preservar.
“É uma tradição que já vem dos nossos antepassados e nós gostamos sempre de preservar. Íamos de adega em adega, beber um copo, comer um bocado de presunto, o pão caseiro que faziam as nossas avós e hoje mantemos esta tradição”, contou, salientando que é “uma alegria” para si poder receber tanta gente na sua adega.
Numa aldeia em que a desertificação é evidente, nestes dias as ruas ganharam vida. Não faltou gente com copo na mão e alegria estampada no rosto. As adegas tornaram-se pequenas para tanto visitante.
“Sou de Barcelos e tenho um amigo que é daqui, que me aconselhou a vir e ver como é a tradição. É algo que nunca vivi, é mesmo uma boa experiência”, realçou Vasco Faria.
O Festival D’Onor procura preservar as tradições e música característica desta aldeia, metade portuguesa, metade espanhola. De acordo com David Vaz, da organização, o evento excedeu todas as expectativas.
“É a melhor edição de sempre, muito participada, as pessoas a entrarem no espírito e o mais importante está acontecer, que é a valorização da aldeia. Os habitantes são a forma motriz daquilo que está acontecer e a maneira deles de saberem tão bem receber é aquilo que torna este evento único”, destacou.
A gaita-de-foles é um dos instrumentos característicos da aldeia. Mas já são poucos os que a tocam em Rio de Onor. Um deles é Paulo Fernandes, que decidiu aprender há sete anos, tendo em conta a riqueza musical da aldeia.
“Rio de Onor é sem dúvida a aldeia do concelho de Bragança e arrisco-me a dizer das poucas a nível nacional que tem uma matriz extremamente forte de música tradicional e do seu cancioneiro”, salientou.
À noite, os concertos também não faltaram, com Virgem Suta, Trasga, Zíngarus e Manaita. Houve ainda jogos tradicionais, mercadinho e tasquinhas.
Sem comentários:
Enviar um comentário