Atualmente, há ainda que produza cuscos para fins comerciais, mas são poucas as pessoas que o fazem manualmente, preservando a tradição. A oficina, que aconteceu sábado, contou com a apresentação do cusco e as suas etapas de confeção, guiada por Fernanda Afonso, a formadora da oficina e uma guardiã deste saber. “Aprendi a fazer cuscos com a minha mãe, com a minha avó, com a minha sogra e com as vizinhas. Antigamente toda a gente fazia, porque era o arroz daqueles tempos. Isto é muito simples, são só três ingredientes, farinha água e sal”.
O cusco é mais do que uma receita, é um elo com o passado, um símbolo de identidade e um prazer compartilhado entre gerações em Trás-os-Montes. A atmosfera animada da oficina contagiou todos os participantes. Ana Paula Monte, vinda de Esposende, confessou que era a primeira vez que fazia cuscos, apesar de ser grande apreciadora do prato. “Não sabia o trabalho que isto dava. Sei que é bom mas não sabia mesmo o trabalhão que isto dava. Mas não aguentei a emoção e já meti as mãos na massa”.
A Associação Tarabelo reforça o seu compromisso com a preservação da cultura transmontana. Sara Riso, a responsável pela associação, ressalvou a importância do evento, relembrando que o objetivo é não permitir que se perca a tradição secular. “O cusco que se faz aqui é basicamente uma derivação do cusco que é feito no norte de África até hoje e que se espalhou por outras partes do mundo”.
Esta iniciativa dedicada e apaixonada visa não apenas perpetuar a receita do cusco tradicional, mas também valorizar os saberes ancestrais que estão intrinsecamente ligados à identidade região de Vinhais, como é o caso dos cereais.
A Oficina de Cuscos em Fresulfe não foi apenas uma aula culinária, mas uma jornada pela história da região, onde o simples ato de preparar os cuscos se tornou uma celebração da cultura e de convívio.
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