Actualmente, há apenas 12 hectares de lúpulo, pertencentes a dois empresários e é a única produção em todo o país. O Politécnico de Bragança quer voltar a despertar o interesse nesta cultura e esse foi o objectivo das terceiras jornadas do lúpulo. Maria João Sousa, da organização, explica que a cerveja artesanal pode ser um incentivo.
“Nós queremos que venha de novo, porque neste momento há outra vertente que é a vertente dos cervejeiros artesanais, que querem outro tipo de lúpulos, mais aromáticos, que não precisam de ter uma quantidade enorme, mas precisam de ter alguma produtividade, que se pode voltar a investir aqui na região”, explicou.
A produção de lúpulo requer um elevado investimento inicial, devido aos materiais necessários para a planta. Ainda assim, a professora Maria João Sousa garante que as pessoas que queiram investir nesta cultura não terão problemas em escoar o produto.
“Neste momento a produção toda que é feita é toda comprada pela Super Bock, portanto não há aquela dificuldade de escoar o produtor. Não me parece que seja por aí, é mais também uma vertente de os jovens despertarem para este tipo de cultura, porque aqui as condições são muito boas, as condições edafoclimáticas são óptimas”, adiantou.
Além da cerveja, o lúpulo pode ser usado na área da cosmética. Num dos workshops das jornadas foi possível fazer alguns produtos com base na planta ou até restos que não são aproveitados depois de feita a cerveja.
“Da planta lúpulo, das suas várias partes e também da cerveja pode ser aproveitado para produzir cosméticos. Os participantes estão a fazer um champô, também fizemos uma pasta, onde incluímos lúpulo seco e temos também sabonetes com extracto de cerveja“, disse a professora Olívia Pereira.
As Jornadas do Lúpulo decorreram na quinta e sexta-feira. Tiveram uma parte mais teórica e científica, mas também prática, com a realização de workshops. Foi ainda feita uma prova de cervejas artesanais.
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