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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 22 de julho de 2023

Gentileza

Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)


Gentileza. Coisa bonita e perfeita!

Se a observas, vês flor em forma de ternura. A candura branca no olhar e um cuidado vaporoso com que brinda o céu no rosto dos homens.
Quando a lês, descobres-lhe o interior de um abraço que te aconchega como primavera e te permite florescer, numa urgência de toda inteira ela se doar. Sem demora, sem retorno, como a fala própria dos imortais.
Gentileza conta tudo o que é preciso e que ninguém nos diz. Um raio de sol a acolher estes caminhos de nuvens, onde não nos sentimos humanos. É sorriso que desce, como gota branda de encanto e bem-querer na morada de todos os nossos desertos.
Adormece as armas com que nos levantamos e pede-lhes para escreverem uma nova canção. Uma outra linguagem do coração nos espaços divorciados de um tempo apartado, cujas sombras, fazem crescer pedras nos lugares onde apenas o afeto se faria dom necessário.
Gentileza não nos promete o paraíso, nem tão pouco a vida eterna. Mas conjuga a forma do que somos, numa confiança silenciosa de que somente permanece o que tocamos com a vontade de ser.
E toda a beleza nasce desse ato gentil do corpo, dos gestos e dos olhos, que é claridade a acordar alguns outros céus a viverem em lágrimas.
Ali, ganha sentido como se fosse um beijo, pousado com a doçura dos lábios, sobre a alma de quem se ama. E que nos é devolvido pelas margens da nossa própria luz.
É que o amor, o amor não tem fundo. O amor precisa, sempre, de mais.
Assim possamos prometer-nos as palavras em que acreditamos.

Paula Freire
- Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021: Cultura sem Fronteiras (coletânea de literatura e artes) e Nunca é Tarde (poesia).
Prefaciadora do romance Amor Pecador, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021) e da obra poética Pedaços de Mim, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021).
Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."-Bragança, da Revista HeliMagazine e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza, sendo administradora da página de poesia e fotografia, Flor de Lyz.

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