A figura do Pe. Francisco Manuel Alves, Abade de Baçal [1865/1947] já foi tão debatida que não me atrevo a acrescentar mais palavras, a tantas e tão boas que já se disseram sobre ele, nestes últimos 76 anos após a sua morte, se o fizesse à redundância acrescentaria inutilidade. Basta referir o que à cerca deste sacerdote disse Eduardo Lourenço: «um dos estudiosos que mais contribuíram para a renovação do conhecimento sobre Portugal».
Importa trazer à luz, as palavras de João Alves, antigo Presidente da Junta de Freguesia de Baçal [PJFB], que em 2011 disse: “gostava de ver recuperada a metade da casa onde viveu o escritor”. Ou, as que usou António Morais, autor da moção levada à Assembleia Municipal de Bragança em 2015, nos 150 anos do nascimento do Sr. Abade: «recuperá-la e a partir dela produzirmos uma afirmação expressiva da nossa história, do nosso património, da nossa cultura e seus valores», pois «qualquer investimento financeiro terá garantidamente um retorno altamente valorizado nos diversos domínios da nossa vida colectiva».
A moção da CDU, a que acabei de aludir, deu origem à constituição de uma “Comissão relativa à valorização cultural da Casa do Abade de Baçal, em Baçal”. Esta era constituída por um elemento do PSD, do PS, do MSP, da CDU, do CDS e, pelo PJFB. Em 29 de fevereiro de 2016, esta Comissão apresentou uma proposta de trabalho de “5 pontas”, ou pontos: tratar do estatuto jurídico da propriedade; negociar com o proprietário; estabelecer parcerias; compilar e analisar informação; elaborar uma proposta final e definir datas.
Presumo, Sr. Presidente, Dr. Hernâni Dias, que esta Comissão não lhe é desconhecida? Não será preciso relançá-la, tal como a agenda de trabalhos? Porque é que nunca saiu dela uma proposta concreta? Será que “tudo o vento levou”, ou ainda vamos a tempo de recuperar tão emblemático e significativo edifício?
A casa esboroa-se, dia após dia e, vem aí mais um 13 de novembro, aniversário da morte do Sr. Abade. O “pisquinho” já não vai encontrar o seu bom amigo na cortinha, só lhe resta ir ao “cemitério do adro da igreja, levar à negra algidez do seu sepulcro o brilho do seu olhar”. Será que este ano lhe levará também a notícia que a sua casa ruiu?
Será que ainda continua a fazer lei a expressão do Sr. Eng. Jorge Nunes, à altura Presidente do Município? «Não faz sentido investir dinheiro público numa casa privada». Será que foi com base neste argumento que ainda nada se fez?
Na altura o PJFB, impotente por não poder fazer mais ergueu-lhe uma escultura urbana e prometeu um nome de rua. Será o suficiente e, nada mais se pode fazer? Como ele dizia “há muita gente que vem aqui a Baçal e encontrava um vazio, não encontrava aqui nada que tivesse a ver com o Abade”.
Este erudito, “transmontano puro”, “dedicado cidadão português que amava a sua pátria”, as suas gentes, o país real e concreto, com uma devoção pelo particular e local, não mereceria continuar a ser perpetuado na sua típica casa rural regional, também ela em vias de extinção frente ao atroz processo globalizador em curso?
Importa trazer à luz, as palavras de João Alves, antigo Presidente da Junta de Freguesia de Baçal [PJFB], que em 2011 disse: “gostava de ver recuperada a metade da casa onde viveu o escritor”. Ou, as que usou António Morais, autor da moção levada à Assembleia Municipal de Bragança em 2015, nos 150 anos do nascimento do Sr. Abade: «recuperá-la e a partir dela produzirmos uma afirmação expressiva da nossa história, do nosso património, da nossa cultura e seus valores», pois «qualquer investimento financeiro terá garantidamente um retorno altamente valorizado nos diversos domínios da nossa vida colectiva».
A moção da CDU, a que acabei de aludir, deu origem à constituição de uma “Comissão relativa à valorização cultural da Casa do Abade de Baçal, em Baçal”. Esta era constituída por um elemento do PSD, do PS, do MSP, da CDU, do CDS e, pelo PJFB. Em 29 de fevereiro de 2016, esta Comissão apresentou uma proposta de trabalho de “5 pontas”, ou pontos: tratar do estatuto jurídico da propriedade; negociar com o proprietário; estabelecer parcerias; compilar e analisar informação; elaborar uma proposta final e definir datas.
Presumo, Sr. Presidente, Dr. Hernâni Dias, que esta Comissão não lhe é desconhecida? Não será preciso relançá-la, tal como a agenda de trabalhos? Porque é que nunca saiu dela uma proposta concreta? Será que “tudo o vento levou”, ou ainda vamos a tempo de recuperar tão emblemático e significativo edifício?
A casa esboroa-se, dia após dia e, vem aí mais um 13 de novembro, aniversário da morte do Sr. Abade. O “pisquinho” já não vai encontrar o seu bom amigo na cortinha, só lhe resta ir ao “cemitério do adro da igreja, levar à negra algidez do seu sepulcro o brilho do seu olhar”. Será que este ano lhe levará também a notícia que a sua casa ruiu?
Será que ainda continua a fazer lei a expressão do Sr. Eng. Jorge Nunes, à altura Presidente do Município? «Não faz sentido investir dinheiro público numa casa privada». Será que foi com base neste argumento que ainda nada se fez?
Na altura o PJFB, impotente por não poder fazer mais ergueu-lhe uma escultura urbana e prometeu um nome de rua. Será o suficiente e, nada mais se pode fazer? Como ele dizia “há muita gente que vem aqui a Baçal e encontrava um vazio, não encontrava aqui nada que tivesse a ver com o Abade”.
Este erudito, “transmontano puro”, “dedicado cidadão português que amava a sua pátria”, as suas gentes, o país real e concreto, com uma devoção pelo particular e local, não mereceria continuar a ser perpetuado na sua típica casa rural regional, também ela em vias de extinção frente ao atroz processo globalizador em curso?
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