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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Botafogo: o Galeão Português que foi o mais poderoso navio da sua época

 
Portugal dominou em tempos os mares com os seus imponentes navios, tendo um deles, o “Botafogo”, ficado para a história pelo seu poder de fogo, impressionante para a época. Esta embarcação era um galeão, que se distingue dos restantes navios por ter quatro mastros, de alto bordo, armado em guerra, e que eram frequentemente utilizados para transporte de cargas de alto valor, entre os séculos XVI e XVIII. 
O galeão São João Batista, conhecido como o “Botafogo”, foi o navio de guerra mais poderoso do mundo na sua época. Foi construído em 1534, tinha um deslocamento de cerca de 1000 toneladas e estava armado com 366 bocas de fogo de bronze, o que lhe dava um tremendo poder (e lhe deu também o seu nome popular). Este navio destacou-se em inúmeras batalhas, entre elas a conquista de Tunes, em que Carlos V solicitou apoio naval aos portugueses e requisitou especificamente o “Botafogo”.
Nessa batalha, o “Botafogo” foi comandado pelo infante D. Luís, irmão de D. João III e cunhado do imperador Carlos V. Este navio liderou o ataque a Tunes e foi o seu esporão que acabou por quebrar as correntes do porto de La Goleta, permitindo que a armada cristã entrasse na cidade. 
Ligado à história e nome do galeão “Botafogo”, está um nobre da cidade de Elvas, João Pereira de Sousa, famoso por ser o responsável pela artilharia do navio. Ficou para a história com a alcunha de “Botafogo”, tendo a alcunha sido incluída no seu apelido e passada aos seus descendentes. Mais tarde, esse nobre estabeleceu-se no Brasil, tendo recebido da Coroa Portuguesa terras junto à Baía de Guanabara, tendo a área ficado igualmente conhecida por “Botafogo”.
Com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil, na sequência da primeira invasão francesa a Portugal, o bairro de “Botafogo” mudou radicalmente, passando de um bairro rural ao local preferido dos nobres, que aí construíram as suas residências. É por essa razão que ainda hoje existe um famoso bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro com o nome de “Botafogo”.
Ainda hoje, em alguns lugares da China, perto de Macau, existe uma velha lenda sobre o poderoso navio Botafogo, que voltará do fundo do mar para vingar os comerciantes portugueses assassinados. A Lenda surgiu quando os portugueses derrotaram os temíveis piratas Singh, que eram inimigos do imperador chinês e, como recompensa por esta vitória, o imperador permitiu que os portugueses ocupassem Macau.
Mas apesar de o Botafogo ter sido o mais famoso e o mais poderoso dos galeões portugueses, existiram outros, construídos mais ou menos na mesma época, que em quase nada lhe ficaram atrás: no tamanho, na capacidade de carga e no poder de fogo. Afinal de contas, Portugal tinha um Império vastíssimo e precisava de um conjunto enorme de navios (naus, caravelas e galeões) para proteger as suas possessões e para transportar mercadorias.

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