“Quem da cabra comer e ao canhoto se aquecer, um ano de sorte irá ter” é o Lema da Festa da cabra e do canhoto que decorreu no sábado em Cidões, concelho de Vinhais.
Esta festa ancestral de origem Celta conta com vários rituais. As pessoas despedem-se da estação clara e dão as boas-vindas à estação escura. É feita uma grande fogueira, o canhoto, come-se cabra e queima-se o cabrão, um bode, de grandes dimensões.
Esta festa tradicional tem vindo a despertar curiosidade e por isso muitas pessoas, de vários cantos do país, não quiseram faltar.
Foi o caso de Isabel Gomes de Oliveira de Azeméis, que já tinha estado em Trás-os-Montes, mas foi a primeira vez que foi até Cidões. “Já tinha estado em Podence, mas aqui nunca. Vim porque são coisas diferentes, são tradições e eu gosto das tradições”, disse.
Já Nuno Pratas veio passar o fim de semana a casa de alguns familiares com a namorada. Ambos são de Coimbra e decidiram pela primeira vez festejar o Halloween de forma diferente. “É tudo um bocado demorado, para conseguirmos comer e beber, mas estou a gostar. Gosto muito da tradição popular, da cultura, que são coisas diferentes, que não são normais. É um Halloween português, um Halloween americano”
A Associação Raízes da Aldeia de Cidões é quem está a cargo de organizar este ano novo celta Samhain. Maria João Rodrigues, explica-nos que a Festa da Cabra e do canhoto é das mais importantes para o Nordeste transmontano, mas não só.
“É uma das festas de inverno mais importantes. É o início das festividades de inverno no Nordeste Transmontano. Este ano é uma loucura, estão aqui acima de 4 mil pessoas, numa aldeia que não comporta, num dia normal, 30 carros. Hoje, se calhar, estão mais de 2 mil. Portanto, veja a importância que ela passou a ter para todo o Nordeste, para todo Portugal. Esta festa é tão distinta de todas as outras, é tão diferente. Todos os elementos que compõem a Festa da Cabra e do Canhoto são diferenciados de todas as festividades. Ela é única e por isso traz tanta gente”, disse.
Para Maria João Rodrigues, o misticismo da festa é o que atrai os visitantes e nem as filas longas os impedem de desfrutar.
“O misticismo da festa, o envolvimento, o carinho como as pessoas são recebidas e o à vontade como se sentem aqui, é o que traz estas pessoas até cá. Nesta festa qualquer pessoa está à vontade. Há pessoas que estão duas horas, três horas na fila para comer um crepe. Nós tínhamos uma fila para as comidas de 600 metros. As pessoas, mesmo estando na fila tanto tempo, estão felizes e querem voltar”, rematou.
A festa da Cabra e do canhoto é a primeira de oito festas do concelho de vinhais e milhares de pessoas foram até à pequena aldeia de Cidões experienciar um Halloween diferente.
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