A região de Bragança, se os atores políticos, institucionais e os que estão no terreno quiserem, pode ser um exemplo notável de como a agricultura sustentável pode ser aliada à valorização dos produtos endógenos, promovendo a economia local e preservando o território. Com um forte enraizamento na agricultura familiar e tradicional, Bragança pode vir a afirmar-se como uma referência em práticas agrícolas que respeitem os ciclos naturais e privilegiem a biodiversidade.
A aposta na agricultura familiar e biológica pode ser crucial para manter vivas culturas e produtos emblemáticos da região, como a castanha, o azeite, o fumeiro artesanal, o vinho e o mel. Estes produtos, além do seu valor nutricional e cultural, podem vir a refletir um modo de vida sustentável, que respeite os saberes ancestrais e minimize o impacto ambiental.
Um dos pilares do desenvolvimento sustentável na nossa região terá que partir pela criação de cadeias curtas de produção e consumo local, aproximando produtores e consumidores e reduzindo a pegada ecológica associada ao transporte de alimentos. Estas cadeias curtas irão fortalecer o tecido económico local, garantindo maior frescura e qualidade dos produtos, e incentivando relações de confiança e proximidade entre quem produz e quem consome.
Para além do mercado interno, Bragança e toda a região tem que apostar ainda mais na valorização externa dos seus produtos através da criação de marcas e certificações de origem, como as Denominações de Origem Protegida (DOP) e as Indicações Geográficas Protegidas (IGP). Estas certificações garantem autenticidade, rastreabilidade e qualidade, permitindo que os produtos regionais ganhem reconhecimento nos mercados nacionais e internacionais, aumentando o seu valor acrescentado e promovendo a exportação.
A integração entre tradição, inovação e sustentabilidade é o caminho que Bragança tem que trilhar para garantir futuro para as suas comunidades rurais. Ao investir na agricultura biológica, nas redes locais de produção e no reforço da identidade dos seus produtos, a região pode vir a posicionar-se como um modelo de desenvolvimento rural equilibrado e ambientalmente consciente.


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