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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

FELIZ DIA PARA AS MÃES SEM NATAL

Por: Maria da Conceição Marques
(Colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")


 No Natal, há casas que em vez de luzes, acendem silêncios.

A mesa existe, os pratos são colocados por hábito, não por esperança, as cadeiras em volta da mesa permanecem imóveis, como se tivessem aprendido a ausência de cor.

Há mães para quem o Natal não chega. O relógio marca a hora da ceia, mas o coração insiste noutra fusão horária, onde os filhos estão, talvez noutra cidade, talvez noutra vida. 

A tristeza dessas mães não faz barulho. Não chora alto. É uma tristeza, que sorri para fotografias como quem pede desculpa por ainda esperar. O Natal passa por elas como um comboio noturno: ouve-se ao longe, treme o chão, mas não para.

Lá fora, é festa, há união, há risos, e cada riso é um sino que toca noutra igreja. Estas mães correm as cortinas cedo, não por cansaço, mas para proteger o coração da abundância dos outros. Porque há luzes que magoam quando não têm a quem iluminar.

Estas mães vivem um Natal feito de memória. Um Natal, onde as mãos eram pequenas, os sapatos ficavam à porta e o barulho era excesso de vida. Agora, o tempo senta-se com elas e partilha o pão da saudade. 

E, ainda assim, no meio desse silêncio espesso, há um amor que não adormece. Um amor que atravessa paredes, fronteiras, anos. Um amor que prepara a casa como se alguém pudesse chegar, mesmo sabendo que não chega. Porque mãe é isso: é manter o lume aceso numa noite em que ninguém bate à porta.


Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
Participei nas coletâneas: Poema-me; Poetas de Hoje; Sons de Poetas; A Lagoa e a Poesia; A Lagoa o Mar e Eu; Palavras de Veludo; Apenas Saudade; Um Grito à Pobreza; Contas-me uma História; Retrato de Mim; Eclética I; Eclética II; 5 Sentidos.
Reunir Escritas é Possível: Projeto da Academia de Letras- Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina.
Livros Editados: O Roseiral dos Sentidos – Suspiros Lunares – Delírios de uma Paixão – Entre Céu e o Mar – Uma Eterna Margarida - Contornos Poéticos - Palavras Cruzadas - Nos Labirintos do Nó.

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