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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

OS FIDALGOS - PESSANHAS - Família Pessanha


 Para a descrição que a seguir damos da família Pessanha guiamo-nos 
pela completa monografia Os Almirantes Pessanhas e sua Descendência, por José Benedito de Almeida Pessanha, 2ª edição, Porto, 1923:
Os Pessanhas descendem de Manuel Pessanha, genovês, que El-Rei D. Dinis chamou a Portugal para desempenhar o cargo de almirante-mor da armada.
O primeiro que aparece em Trás-os-Montes é:
1º FRANCISCO PESSANHA VILHEGAS, que veio residir para Nuzelos, concelho de Macedo de Cavaleiros, e casou com D. Joana de Sá Morais, filha de António de Sá Morais, das Arcas, e de D. Francisca de Lobão, de Vilares da Torre, concelho de Mirandela, que nasceu em 1624 e faleceu nas Arcas a 26 de Agosto de 1700.
Descendência:
I. Leandro de Sá Morais, primeiro administrador do morgadio da capela de São Caetano, nas Arcas, fundado por seus avós maternos.
Faleceu a 16 de Setembro de 1734.
II. Francisco de Lobão Morais Pessanha, que casou com D. Isabel de Almeida, das Arcas, e era proprietário do ofício de escrivão da Câmara de Monforte de Rio Livre em 1674, sargento -mor do terço da cidade de Bragança, onde era mestre de campo seu cunhado António de Sá de Almeida (434).
Morreu na restauração de Monsanto a 13 de Junho de 1704.
Descendência:
Francisco José de Sá Morais de Almeida Morais Pessanha (2º, adiante citado).
III. Paulo Machado de Morais Pessanha, que nasceu em 1662 e foi capitão de infantaria. Esteve na guarnição do castelo de Outeiro, concelho de Bragança, e entrou nos combates de Monsanto, Badajoz e Salamanca.
IV.Matias Machado Vilhegas, cavaleiro da Ordem de Cristo por alvará de 6 de Setembro de 1725, capitão de cavalaria da praça de Chaves, onde
 faleceu em 1751.
2º FRANCISCO JOSÉ DE SÁ MORAIS DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, administrador do morgadio de São Caetano, nas Arcas, e de outro instituído por seu tio António de Sá de Almeida, casou com D. Ana Martins Alves, de Nuzelos.
Fidalgo-cavaleiro por mercê de 27 de Novembro de 1723 «em atenção aos relevantes serviços de seu tio, Antonio de Sá de Almeida, que serviu nos postos de tenente do mestre de campo general na corte e provincia da Extremadura e mestre de campo de infantaria na província da Beira, governador das praças de Almeida e Bragança, com o titulo de sargento-mor de batalha».
Faleceu nas Arcas a 10 de Outubro de 1772, onde também faleceu sua mulher a 13 de Novembro de 1781.
Descendência:
I. António José de Almeida Morais Pessanha, que nasceu em 1729 e foi moço fidalgo por mercê de 5 de Julho de 1745, sendo reformado em brigadeiro a 14 de Agosto de 1808.
Casou com D.Maria Antónia de Morais Maltês, de Marmelos, concelho de Mirandela, filha de João de Morais Maltês, de Frechas, familiar do Santo Ofício por carta régia de 1754, e de D. Maria José Lopes, de Valverde, pais também do Padre Gonçalo Lopes de Morais e do doutor em cânones Manuel de Morais Maltês, falecido em Marmelos a 16 de Dezembro de 1800.
O apelido Maltês viria de serem cobradores, rendeiros ou administradores dos bens que a Ordem de Malta ali tinha? (435)
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(434) Ver o vol. I, p. 333, destas Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança.
(435) Ibidem vol. III, p. 336 e 337, e o vol. IV, p. 21 e 22 e partes correlativas.
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Faleceu nas Arcas a 20 de Agosto de 1809, onde também havia falecido sua mulher D.Maria Antónia a 6 de Agosto de 1795.
Descendência:
a) Francisco António de Almeida Morais Pessanha (3º, adiante citado).
b) António Manuel de Almeida Morais Pessanha (4º, adiante citado).
c) Manuel José de Almeida Morais Pessanha (5º, adiante citado).
d) João Manuel (6º, adiante citado).
e) José Joaquim (7º, adiante citado).
II. Francisco Xavier de Lobão Machado Pessanha, bacharel em direito, fidalgo da Casa Real por alvará de 12 de Outubro de 1768, juiz de fora de Vila Real, provedor da comarca de Lamego, corregedor da comarca de Luanda, onde faleceu a 25 de Julho de 1785.
III. Padre José Machado de Morais Pessanha.
3º FRANCISCO ANTÓNIO DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, que nasceu em Marmelos a 12 de Abril de 1775 e casou em 1801 com D. Ana Gertrudes da Maia e Melo Brandão, de Lisboa, filha de João Pedro da Maia e Melo, da Figueira da Foz, e de D.Manuela Libânia, de Lisboa.
Faleceu em Marmelos a 22 de Maio de 1839.
Era moço fidalgo da Casa Real em 1806, juiz de fora em Tavira, sócio da Academia Real das Ciências em 1819, deputado pela província de Trás-os-Montes às Constituintes em 1820 (436) (foi mais quatro vezes eleito deputado às cortes, tomando sempre parte activa nelas), desterrado para o Algarve por constitucional em 1828, prefeito (governador civil) da província de Trás-os-Montes em 1834-35, comendador da Ordem de Cristo e conselheiro por decreto de 3 de Dezembro de 1834. A ele nos referiremos no volume consagrado aos escritores.
Descendência:
I. Francisco Sebastião de Almeida Morais Pessanha (8º, adiante citado).
II. João Pedro de Almeida Morais Pessanha (9º, adiante citado).
III. José Benedito de Almeida Morais Pessanha (10º, adiante citado).
IV. António Benedito de Almeida Morais Pessanha (11º, adiante citado.
4º ANTÓNIO MANUEL DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, coronel de cavalaria, cavaleiro da Ordem de Cristo, que nasceu nas Arcas a 7 de Dezembro de 1776 e casou com D. Luísa Rosa Pereira da Silva e Sousa, de Donelo (Douro).
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(436) Da sua acção como deputado dá notícia a Galeria dos deputados das Cortes Gerais extraordinárias e constituintes da nação portuguesa instauradas em 26 de Janeiro de 1821, por João Damásio Roussado Gorjão, 1822, p. 86.
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5º MANUEL JOSÉ DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, que nasceu nas Arcas a 24 de Março de 1778 e ali faleceu a 3 de Dezembro de 1823.
Fez parte da Legião Portuguesa ao serviço de Napoleão, pelo que lhe foram confiscados os bens em 1814 e restituídos em 1822 por relevamento justificativo de inculpabilidade.
Descendência:
Domingos António de Almeida Morais Pessanha (12º, adiante citado).
6º JOÃO MANUEL, que nasceu nas Arcas a 20 de Setembro de 1784 e casou com D. Catarina Josefa de Sousa Pavão, de Suçães, concelho de Mirandela, filha de Amaro Vicente Pavão, marechal de campo, a quem nos referimos em Parada de Infanções – Família Pavão, pág. 363.
Faleceu em Bragança em 1846 exercendo o cargo de governador civil.
Era tenente-coronel de milícias de Miranda, moço-fidalgo a 27 de Agosto de 1808, governador de Cantagalo (Brasil) em 1817, director da colónia Nova-Friburgo, incipiente povoação que deu uma florescente cidade brasileira.
Descendência:
I. José Manuel de Almeida Morais Pessanha (filho natural) (13º, adiante citado).
II.Manuel de Almeida Morais Pessanha (14º, adiante citado).
7º JOSÉ JOAQUIM, que nasceu nas Arcas a 20 de Fevereiro de 1787 e ali faleceu em 1822, sétimo capitão do exército e fidalgo-cavaleiro.
8º FRANCISCO SEBASTIÃO DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, que nasceu em Marmelos a 10 de Setembro de 1802 e casou com D. Margarida Soto Maior, de Carvalhais, concelho de Mirandela, filha de D. Alexandre de Macedo Soto Maior e Castro, de quem teve uma filha, D. Maria Augusta, que casou com seu tio José Benedito (ver 10º, adiante citado).
9º JOÃO PEDRO DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, que nasceu na Figueira da Foz em 1804 e faleceu em Lisboa.
Foi eleito deputado a 12 de Fevereiro de 1863 e fez parte do Batalhão dos Voluntários Académicos.
Concluiu a formatura em direito em 1834.
Foi conselheiro da Prefeitura de Trás-os-Montes em 1834; delegado da comarca de Moncorvo; governador civil de Vila Real em 1844 (437); moço-fidalgo por mercê de 3 de Abril de 1845; comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição em 1848 e deputado às cortes em onze legislaturas seguidas a começar em 1840 até à data do seu falecimento.
Descendência:
I. Carolino, que casou com sua prima D.Maria Augusta. (Ver 15º, adiante citado.)
II. D. Carolina, que casou com o conselheiro Eduardo José Coelho, nascido em Redeal, concelho de Chaves, em 1836 e falecido em Lisboa a 5 de Abril de 1913, governador civil de Bragança, deputado da nação em diversas legislaturas, presidente da Câmara dos Deputados, par do reino, ministro das obras públicas por duas vezes, ministro do reino, grã cruz da Ordem de Carlos III de Espanha, Coroa da Prússia e Legião de Honra e comissário régio junto da Companhia do Niassa.
Faleceu em S. Pedro de Vale de Conde a 23 de Agosto de 1916.
III. Carlos, capitão de cavalaria, deputado da nação em quatro legislaturas, oficial da Ordem de S. Tiago, cavaleiro de Avis, grã-cruz de Isabel a Católica e governador da Guiné, onde faleceu a 14 de Setembro de 1907, tendo casado com D. Antónia de Almeida Miranda de Melo e Castro, dos Mirandas da Paradinha de Outeiro, que reside em Mascarenhas. (Ver 4º em Paradinha de Outeiro.)
10º JOSÉ BENEDITO DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, que nasceu em Marmelos a 14 de Janeiro de 1808 e casou com sua sobrinha D. Maria Augusta.
Faleceu em Marmelos a 16 de Julho de 1857.
Descendência:
I. Raimundo de Almeida Morais Pessanha, funcionário superior da Alfândega do Porto, que algumas vezes dirigiu. Faleceu na Foz do Douro em 1900.
II. D. Catarina, que casou com o médico doutor José Luís Teixeira e faleceu em Bragança a 28 de Agosto de 1890.
III. Francisco António, juiz aposentado do Supremo Tribunal Justiça.
IV. D. Maria Augusta de Almeida Morais Pessanha (15º, adiante citado).
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(437) MARTINS, Oliveira – Portugal Contemporâneo, vol. II, p. 190.
COLEN, Barbosa – História de Portugal, continuação da de Pinheiro Chagas, vol. XI, p. 116.
Estas duas obras fizeram opinião descrevendo um tanto depreciativamente a acção do conde de Vinhais e de João Pedro de Almeida Morais Pessanha, governador civil de Vila Real, em face das lutas durante a revolução denominada «Maria da Fonte», em 1846. É, porém, incontestável que o seu proceder, dando ao movimento chefe categorizado, contribuiu para o triunfo.
Os grandes chefes memorados na História precisam também de prudência; não é só a mentalidade e o valor pessoal que os faz: cooperaram indispensavelmente as correntes sociais que eles canalizam para os fins que pretendem. De resto, todos eles, ainda os mais lídimos heróis, têm, tanto física como moralmente, um ponto vulnerável – o tal calcanhar de Aquiles ou o orifício alguns decímetros mais acima. A heroicidade tem certos limites, e quando se ultrapassam
chama-se pertinácia acérrima e a seus autores doidos e estúpidos.
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11º ANTÓNIO BENEDITO DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, que nasceu a 31 de Dezembro de 1813 e faleceu em Lamas de Orelhão, concelho de Mirandela, a 6 de Abril de 1877, deixando uma filha, D. Maria Augusta, que casou na Burga, concelho de Macedo de Cavaleiros, com Luís Pinto Vilas Boas.
Foi subdirector da Alfândega de Miranda do Douro e administrador do concelho de Miranda.
12º DOMINGOS ANTÓNIO DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, segundo tenente de artilharia em 1833, segundo oficial da secretaria do Governo Civil de Bragança.
Casou com D. Felicidade de Morais Castro e faleceu em Miranda do Douro em 1849, onde era sub-director da Alfândega.
Descendência:
I. João Manuel de Almeida Morais Pessanha, capelão militar, professor do liceu de Bragança, cavaleiro de Avis e escritor, a quem nos referiremos no volume consagrado aos escritores.
Faleceu em Cabeça Boa, concelho de Bragança em 1905.
II. D. Margarida, que casou com João José Pereira Charula, de Bragança, capitalista, rico proprietário nos Cortiços, concelho de Macedo de Cavaleiros, governador civil de Bragança em 1890 e deputado nas legislaturas de 1894-95 e 1896-97.
Descendência:
a) António Alberto Charula Pessanha, doutor em direito, deputado da nação. Solteiro.
b) D. Laura Charula Pessanha, viúva de D. Jorge de Melo, oficial do exército. Com descendência.
13º JOSÉ MANUEL DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, bacharel em direito, deputado por Bragança na legislatura de 1853-56 e pelo Mogadouro na que findou em 1865, nasceu em Cantagalo (Brasil) a 10 de Janeiro de 1820 e faleceu nos Cortiços a 29 de Maio de 1878, tendo casado com D. Maria Amélia Leite Macedo Sarmento, dos Cortiços.
Descendência:
D. Cândida de Almeida Morais Pessanha, que casou com o médico doutor Albino Vaz das Neves, deputado da nação em 1879-81.
14º MANUEL DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, nasceu nas Arcas a 20 de Agosto 1825 e, ali faleceu a 11 de Janeiro de 1871.
Foi deputado por Bragança na legislatura de 1851-52; governador civil de Bragança em 1857 e par do reino em 1862.
Sua filha D. Carolina Cândida de Almeida Morais Pessanha casou com Francisco de Assis Pereira do Lago, visconde das Arcas em 1879, governador civil do distrito de Bragança em 1886-90 e segunda vez em 1897-900 e deputado em duas legislaturas. Faleceu a 24 de Agosto de 1881 (438). (Ver em Arcas pág. 17 e o mesmo no Suplemento.)
15º D. MARIA AUGUSTA DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, nasceu em Carvalhais a 9 de Setembro de 1843 e faleceu em Marmelos a 4 de Maio de 1902. Casou com seu primo Carolino de Almeida Morais Pessanha, deputado em várias legislaturas, governador civil de Bragança e prestigioso político, que faleceu em Mirandela a 19 de Março de 1874.
Descendência:
16º JOSÉ BENEDITO DE ALMEIDA PESSANHA, deputado e escritor, que nasceu em Marmelos, concelho de Mirandela, a 16 de Fevereiro de 1862 e casou a 5 de Abril de 1888 com D. Amélia da Costa e Sá, filha do Doutor Francisco José da Costa e Sá, de Vale de Telhas, concelho de Mirandela.
Faleceu em Matosinhos em meados de Julho de 1927 sem deixar descendência.
A ele nos referiremos no volume consagrado aos escritores.
17º JOÃO PEDRO DE ALMEIDA MORAIS PESSANHA, poeta e administrador-geral dos correios e telégrafos, que faleceu em Ancião a 14 de Fevereiro de 1923.
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(438) O Diário do Governo de 29 de Julho de 1868 traz a relação dos titulares que formavam a Corte, e, entre eles, menciona os pares do reino João de Almeida Morais Pessanha e Manuel de Almeida Pessanha.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

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