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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Violência doméstica dispara em Bragança

O número de novos casos de violência doméstica denunciados disparou em 2014 no distrito de Bragança, com um aumento de 32 por cento em relação ao ano passado, divulgou hoje o Núcleo (distrital) de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica.

«A dimensão do agravamento é brutal, estamos a falar de um aumento de 32 por cento em relação a 2013, no distrito de Bragança, temos 182 vítimas sinalizadas, novos casos, não são os que transitam de um ano para o outro», indicou Teresa Fernandes, psicóloga do núcleo, realçando que «2014 tem sido um ano negro em diversos aspetos». 

Em Portugal, mais de 30 mulheres morreram às mãos de companheiros ou ex-companheiros e as estatísticas do observatório nacional de mulheres assassinadas revelam uma vítima mortal nesta região que, «desde 2006», não registava um caso desta gravidade extrema, de acordo ainda com a técnica. 

Os dados e a problemática estão a ser debates desde hoje, e durante dois em Bragança, nas primeiras jornadas ibéricas sobre Violência Doméstica, promovidas pela Associação dos Socorros Mútuos e Artistas de Bragança (ASMAB), entidade que acolhe o núcleo de apoio às vítimas. 

De acordo com a técnica Teresa Fernandes, há, nesta região, «novos casos de violência em famílias onde antes nunca tinha havido situações de violência seja física, seja psicológica» e que «fruto da crise financeira, da crise social, da crise familiar, hoje funcionam desadequadamente e de uma forma não saudável nesta base da violência». 

Os casos extremos são os mais visíveis, mas os técnicos lidam também com o lado mais encoberto de «casos de violência grave em escala que envolve não só as mulheres, mas também filhos e idosos». 

«Temos muitos idosos a viver atualmente em casa de agregados familiares como forma de sustento da economia doméstica e que são afetados por esta violência dirigida no seio familiar», apontou, realçando que muitos destes idosos «nunca foram vítimas de violência doméstica na conjugalidade e que o são agora, de violência perpetrada por filhos, filhas, noras, genros e netos». 

A ASMAB tem há vários anos um projeto para a construção de uma Casa Abrigo para vítimas de violência doméstica que, segundo adiantou hoje o presidente, deverá iniciar-se em 2015 e estar a funcionar dentro de dois anos. 

O projeto tem um custo de 800 mil euros, com uma comparticipação garantida até 75 por cento e vai criar 30 vagas, numa região onde existe apenas um equipamento do género, a Casa Abrigo da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, com cinco vagas disponíveis. 

As jornadas ibéricas que decorrem em Bragança reúnem vários parceiros, entre os quais a Rede Europeia Anti Pobreza (EAPN), cujo representante em Portugal, o padre Agostinho Jardim Moreira classificou a violência como «o maior fator de pobreza, pior do que não ter comida». 

«Tudo que é contra a vida, que destrói a vida, é o maior fator de pobreza. Se a pessoa humana é atingida nos seus direitos, na sua dignidade, na sua liberdade, ela está a ser gravemente empobrecida na sua pessoa», acentuou.

Por: Redação / CLC

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