Aumentou o número de pedidos de ajuda ao gabinete social da Associação Académica de Bragança. A constatação é do presidente da Académica que contabiliza este ano lectivo um aumento de cerca de 17 casos em relação ao ano anterior. Ricardo Pinto diz que o atraso no pagamento das bolsas é um dos motivos que obriga os estudantes a pedir ajuda.
“O ano passado ajudamos cerca de 18 alunos, este ano passamos a ajudar mais 35 alunos, o que é preocupante. Mas estes alunos encontram-se em casos extremos.
Alunos esses que a associação académica, consoante as suas poses, ajuda com cabazes, na abertura de portas para falarem com as pessoas certas para eles poderem resolver os seus problemas. Nós defendemos que a ação social e as bolsas é preocupante e tem de ser a área que melhor tem que se estudar antes de se iniciar o ano letivo.”
Os apoios aos alunos foi um dos assuntos que esteve em cima da mesa no último Encontro Nacional de Dirigentes Associativos, que decorreu no passado fim-de-semana, em Bragança, e juntou 65 associações de estudantes do ensino superior de todo o País.
Ricardo Pinto assegura que todas as associações defendem que o pagamento das bolsas de estudo tem que ser feito de modo a que os alunos possam contar com esse dinheiro para pagar as despesas escolares.
“O Encontro Nacional de Dirigentes Associativos defende que as bolsas de ensino têm que estar disponíveis a tempo e horas. Isto é, o aluno antes de iniciar o ano letivo tem que saber quando, como e quanto irá receber para estudar nesse ano e o dia.
Nós defendemos que a primeira semana de aulas o aluno tem que estar claro, e deve-se criar uma base nacional em que seja clara e o aluno saiba com o que possa contar. Obviamente que em Bragança e em todo o lado e este ano com o apagão da DGES houve problemas e temos que defender os nossos alunos. Porque é inadmissível um aluno chegar a janeiro e ainda não ter uma bolsa que deveria ter recibo em setembro.”
Neste encontro também esteve em cima da mesa a proposta aprovada pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos para que a entrada neste sistema de ensino não seja barrada pela nota do exame das disciplinas do secundário específicas para cada curso. A maioria das associações considera que o acesso ao ensino superior deve ser igual em universidades e politécnicos. A Académica de Bragança está contra e defende que para sistemas de ensino diferentes as regras de acesso também devem ser diferentes.
“Defendemos que tem de se olhar e tem que haver regras de acesso diferente no ensino superior. Se se andou tantos anos e anda-se anos e anos a tentar reorganizar a rede em que se põe o papel claro da universidade e do politécnico, não faz sentido haver regras iguais de acesso. Ou seja andou-se anos e anos a batalhar para definir bem os seus papéis no ensino superior e agora as regras de acesso nós defendemos que também devem ser um pouco diferentes.
Há áreas, como a engenharia, que é preocupante a nível do país. Há áreas que tem que ser olhadas com outros modos e tem que haver não o facilitismo mas temos que olhar com uma maneira de chamar e criar postos de trabalho nas áreas das engenharias.”
A Associação Académica de Bragança a discordar da maioria das associações de estudantes do País e a defender que a entrada no ensino superior politécnico deve ter em conta a média do secundário nas disciplinas específicas para a entrada em cada curso e não só a nota do exame nacional como acontece até agora.
Informação CIR (Rádio Brigantia)
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