A música eletrónica foi a grande novidade do festival de inverno mirandês que culminou, em noite de passagem de ano, com o rito do Enterro do Velho.
Cultura, tradição, música, natureza e sustentabilidade, tudo contribuiu para que a sétima edição do Geada tivesse registado um aumento impressionante no número de visitantes. Comparativamente ao ano passado, o festival em Miranda do Douro quase que duplicou em público, tendo acolhido entre 500 a 1000 pessoas por dia. De cariz familiar e com o intuito de reviver as tradições mirandesas, o evento que decorreu no final do mês de dezembro introduziu a música eletrónica como a principal novidade em 2015. Num festival de inverno que pretende ser uma manifestação artística do povo e cultura mirandesa, ouviram-se músicas do mundo, as mais recentes tendências da música tradicional portuguesa e agora, também, o som da juventude e do século XXI, a música eletrónica.
Com o lema “Bamos derretir l carambelo” (vamos derreter o gelo), em idioma mirandês, o Festival Geada teve início a 28 de dezembro com uma série de iniciativas que incluíram a tão célebre ronda das adegas, música tradicional com destaque para a atuação do grupo Quinteto do Reis e as danças dos afamados pauliteiros. A primeira noite surpreendeu a organização, a cargo da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa, pelo número de pessoas, cerca de 500, que aderiram à ronda das adegas típicas do centro histórico de Miranda do Douro.
A 29 de dezembro, na primeira noite de concertos, os grupos Nação Vira Lata, Cindazunda e os Pauliteiros de Miranda entusiasmaram o público num evento que pretende festejar e divulgar a cultura, a língua e as tradições das Terras de Miranda. Assim, todos os participantes puderam dançar em redor da fogueira do galo e ao som de gaitas-de-foles, bem como experimentar a dança dos pauliteiros, tocar instrumentos tradicionais e procurar descobrir a língua mirandesa.
No dia seguinte, foi a vez dos Cabra Cega, Trangolomango e Trasga tomarem conta do palco no Pavilhão Multiusos. O último dia do festival, que se quer internacional, uma vez que recebe jovens oriundos, inclusive, da vizinha Espanha, aconteceu em noite de passagem de ano encerrando, assim, a sétima edição do Geada 2015. A proposta foi uma festa de fim-de-ano nada habitual com o Enterro do Ano Velho. A concentração aconteceu às 23h30 no Largo do Castelo, onde se enterrou um boneco que simboliza o ano velho.
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com
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