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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 20 de março de 2016

Capa de Honras Mirandesa está na "moda"

A Capa de Honras Mirandesa deixou de ser uma peça de vestuário agrícola e está a "conquistar" adeptos e a chamar a atenção do público através de novas "criações de moda".

"A Capa de Honras Mirandesa feita de pardo ou burel (lã de ovelha) está tanto na moda que é já utilizada pelos noivos em dia de casamento. É uma peça única, e cada vez mais, conquista novos adeptos. Esta capa é uma das mais belas peças do traje popular português", disse à Lusa o artesão Aureliano Ribeiro, que costura capas há mais de 60 anos.

Hoje, em Miranda do Douro, realiza-se uma cerimónia de exaltação de capa de honras que pretende trazer a terreiro inúmeras capas vestidas tanto por homens como por mulheres ou até mesmo crianças e jovens, que pretende juntar o maior número destas peças.

De um agasalho de guardadores de gado até uma peça de vestuário que "está na moda", a tradicional Capa de Honras Mirandesa está a conquistar espaço num panorama do vestuário tradicional português, onde se confecionam chapéus, capas, carteiras e outras indumentárias que são usadas um pouco por todo o país e Europa, tanto por homens como por mulheres.

Segundo este artesão radicado na aldeia raiana de Constantim, no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, esta peça de roupa está destinada aos dias de festa, ou quando se recebem personalidades "importantes" neste território transmontano.

"Nos últimos anos, o número de encomendas de capas de honra tem aumentado, principalmente para a vizinha Espanha apesar de cada uma custar cerca de 600 euros", indicou o artesão.

Mais a sul do concelho de Miranda do Douro, em Sendim, a artesã Palmira Falcão deu um novo colorido a estas peças de burel e está a transformá-las em verdadeiras obras de arte, em que cada exemplar é diferente do outro, não havendo duas peças iguais.

"Fabrico diversas peças de vestuário tendo sempre como origem a capa de honras e posso afirmar que esta peça começou a conquistar o seu espaço no guarda-roupa das pessoas, e não me engano ao dizer que está na moda", afirmou a artesão.

Segundo Palmira Falcão, os artesãos mirandeses têm feito evoluir a grossa e escura capa de burel para peças de vestuários mais elegantes e de cores "mais alegres".

"As pessoas pedem desde passadeiras a tapetes, passando pelos chapéus e carteira e até simples porta lápis. Vendo de tudo", enfatizou.

Para o investigador António Rodrigues Mourinho, a capa de honras mirandesa tem origem na região espanhola de Leão.

"A sua origem remontará aos séculos nove ou 10, portanto medieval, tendo origem na `capa de chiba`, que traduzido do espanhol para português quer dizer `capa de cabra`", indicou.

Segundo o estudioso, apesar de se pensar que esta peça `sui generis` ser de origem medieval, só há dois documentos conhecidos que referem este tipo de capa, datados de 1819 e de 1828.

Outras da teorias defendidas é que a capa de honra mirandesa poderá ter surgido da capa pluvial de Arperjes, usada nos mosteiros das Terras de Leão (Espanha).

Agência Lusa

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