Nos cadernos eleitorais do distrito de Bragança estavam este ano inscritas menos 5309 pessoas do que em 2013. A rádio Brigantia analisou os dados por concelho e a diminuição foi grande em todo o Nordeste Transmontano.
Em 2013, havia 150644 eleitores inscritos no distrito de Bragança e para as autárquicas deste ano só 145335 estavam registados nos cadernos eleitorais dos 12 concelhos.
Mirandela foi o concelho que mais eleitores perdeu nos últimos 4 anos. Menos 780 estavam registados para as autárquicas de dia 1 de Outubro em comparação com as últimas autárquicas, quando havia 24758 votantes inscritos.
No segundo lugar dos que mais eleitores perderam está Torre de Moncorvo, agora com menos 743, tendo este ano 8646 votantes registados, o que representa uma descida de 8%.
Segue-se Vinhais que tem menos 543, Bragança perdeu 532 eleitores, Macedo de cavaleiros 512 e Mogadouro 500.
Em Carrazeda de Ansiães, havia este ano menos 456 votantes registados nos cadernos eleitorais. Vila Flor perdeu 354 eleitores e Miranda do Douro 327.
O concelho com menos eleitores, Freixo de Espada à Cinta, perdeu 7 por cento ou seja 256, tendo agora 3435, e Alfândega tem menos 195 e Vimioso foi o concelho que menos eleitores perdeu, foram 111, ou seja, 1,7%.
Na análise a estes números João Paulo Catarino, o coordenador da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, salienta que “o saldo demográfico de todo o país continua negativo e ainda não se conseguiu inverter a tendência e repor a população perdida”. O responsável frisa que o país, no seu todo, tem vindo a envelhecer “significativamente”, no interior isso está a acontecer de forma “muito maior e muito mais grave.”
A Unidade de Missão para a Valorização do Interior juntamente com todos os ministérios criou um pacote de 164 medidas com o objectivo “de inverter a situação, criar políticas discriminatórias positivas no interior com vista a fomentar a economia, criar emprego e atrair pessoas para os territórios de baixa densidade.
Segundo o actual responsável, “há ainda um longo caminho pela frente” para se chegar a esses objectivos e é preciso “continuar a trabalhar, apesar de que os resultados das aplicações destas medidas só deverão ser visíveis dentro de alguns anos, ou mesmo décadas”, mas garante que as pessoas do interior “não estão esquecidas” e que “há um trabalho a ser feito” e exemplifica já algumas situações visíveis, como o “facto de não estarem a fechar todos os dias tribunais, serviços de saúde, repartições públicas ou escolas”.
João Paulo Catarino destaca também “o papel crucial que os municípios têm tido para que a situação não seja ainda mais grave” e atribui esse resultado do trabalho, que considera positivo, ao programa de descentralização de competências.
Escrito por Brigantia
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