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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 14 de agosto de 2021

Desculpem, comi feijoada

O tema da ETAR vem à tona, invariavelmente, em períodos pré-eleitorais. De uns lados reina a demagogia. De outros lados reina a ignorância.
Permiti-me republicar um escrito antigo e atual. 
É um tema que deveremos colocar a quem nos vier pedir o voto. O que pensam fazer com a ETAR? Que soluções, viáveis, têm pensadas?

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Dia 4 de agosto de 2018, 0.30 horas, zona histórica da cidade de Bragança, Praça da Sé… em Portugal.


A esplanada do café estava apinhada de gente. Que bom para a cidade, para a zona histórica. Que bom para a economia da cidade e da região.

Que chuva de esperança para quem acredita que é possível viver e investir na nossa querida cidade.

De repente, um “presente” inesperado. Um cheiro nauseabundo que envergonha a cidade e todos os seus cidadãos.

Na esplanada, até então descontraído e em amena cavaqueira, orgulhoso da sua cidade, do seu centro histórico que não se cansa de elogiar, estava o Chico.

Na mesa ao lado estava um grupo de 5 turistas que falavam inglês.

O Chico pensou. Que se lixe, mal por mal, que fique eu mal visto.

- Desculpem, comi feijoada. Disse o Chico tocando no ombro de um dos turistas.

Engelharam a testa e olharam uns para os outros. Tentavam tapar o nariz e não tinham percebido o que o Chico tinha dito.

O Chico apercebeu-se e tentou, com os parcos conhecimentos de inglês, defender a sua terra.

- Sorry, I ate feijoada.

Os turistas, pagaram a despesa e foram-se embora. Quem sabe se para nunca mais voltar a Bragança, pelo menos à zona histórica e no verão.

Também o Chico e os amigos foram embora. Ali não se podia estar com aquele ar irrespirável.

Isto aconteceu ontem, aliás hoje. Não é ficção.

Quereis construir o futuro a sério ou não?

Hoje, o Centro Histórico da nossa Bragança, assim esperamos todos, vai estar apinhado de gente…

Há uns largos anos atrás, numa tertúlia de amigos, daquelas tertúlias onde nunca se falham penaltis e onde o árbitro poucas vezes, ou nenhuma, tem razão. Daquelas tertúlias onde nenhum dos presentes votou no governo se estiver a governar mal… alguém dizia:

- Vai dar para o torto. A ETAR foi projectada para uma população de 11 milhões de habitantes e já somos mais do dobro. Tinha razão. Não só deu para o torto, como ainda pior, deu merda.

Falou-se da ETAR como se falou de tudo e mais alguma coisa. Era uma tertúlia de Bragançanos preocupados e que iam andando, mais ou menos, atentos.

Não sei se a afirmação corresponde à verdade. ETAR projectada para 11 milhões e começada a construir quando já eramos o dobro.

Pouco importa saber quem falhou, agora pouco importa. As falhas são evidentes. Só não sentem essas falhas as pessoas que, como um dos meus melhores amigos, não tenham o sentido do olfato.

Vamos ao que interessa:
O tema da ETAR aparece, invariavelmente, em períodos pré-eleitorais. De uns lados reina a demagogia. De outros lados reina a ignorância.

A única preocupação que lamentarei, se não for uma preocupação consensual e completamente abrangente, é a necessidade de resolver este ENORME PROBLEMA.

Este problema não é só nosso, de Bragança, acontece em muitas e muitas cidades do País e do mundo. Mas uma coisa é certa, com o mal dos outros… podemos nós bem.

Soluções:
Quero acreditar que alguma coisa tem sido feita. É mais que evidente que não tem sido o suficiente ou o melhor.

Bragança orgulha-se de ter um dos Politécnicos mais conceituados a nível mundial. C.M.B., IPB, Governo da Nação. 

Bragança não necessita de grandes obras estruturais. A renovação das redes de águas das aldeias e a resolução do problema da ETAR serão as mais prementes.

1-    Foi errada a localização da ETAR tão próxima do núcleo habitacional e da zona histórica. Importa ponderar a possibilidade de deslocalizar a ETAR. Não, não é nas próximas eleições.

2-    Mais tanques de decantação secundários? Não sei, não percebo nada disso. Só tenho mesmo é olfacto.

3-    Tratamentos terciários com químicos que custam muito dinheiro?

Mãos à obra.
Uma Câmara que, quero acreditar, pretende resolver os verdadeiros problemas da cidade e das aldeias, mais o melhor, ou um dos melhores, Politécnicos do mundo. Parece-me que só falta a vontade e a coragem de enfrentar o problema e com vontade de o resolver definitivamente.

Unamo-nos, juntemos sinergias e enfrentemos o problema da ETAR DE BRAGANÇA.

Os cheiros, nauseabundos, oriundos da ETAR constituem um entrave ao desenvolvimento do turismo na cidade e à qualidade de vida dos cidadãos de Bragança. E...Bragança é NOSSA.

Exijo que os meus impostos sejam canalizados, prioritariamente, para resolver a questão da ETAR e só depois, se sobrar algum dinheiro, para o fogo de artifício, para o encher da mula e do bandulho das confrarias e para as maravilhas todas conseguidas com os 0,60 € mais IVA...

HM
4 de agosto de 2018

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