Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Quem foi aluno da melhor professora do mundo?

 Em 1970 ingressei no mundo dos estudos na então chamada 1.ª classe. A escola era a Escola Anexa Feminina nº 2, vulgo Escola de São Sebastião. As professoras da época nessa escola de que me lembro eram a professora Maria José Vila Afonso, professora Fernanda Vidal, que viria a ser minha professora da 4.ª classe e de quem gostei muito e, claro, a “melhor professora do mundo”, Infância Barreira de seu nome.
Adorei andar na escola. Adorei a minha primeira professora. Talvez tenha sido por isso que decidi, aos 6 anos de idade, abraçar também essa profissão. Até hoje…
Lembro-me bem do primeiro dia de aulas. Os meus pais levaram-me pela mão, quase como se me fossem entregar… Pelo caminho, disseram-me para não ter medo do “homem das raposas”, pois era apenas um homem que gostava de animais e de se vestir de uma forma peculiar e que não fazia mal a ninguém. Confesso que não acreditei e, se o visse, corria para casa ou para a escola como quem tinha visto o “homem do saco”. O certo é que dei razão aos meus pais, mas apenas muitos anos mais tarde.
Quando chegámos à escola, lá estava a minha professora para me receber. Pareceu-me muito alta… e a bata tinha sido lavada com lixívia com toda a certeza, de tão branca que era. Agarrei-me à saia da minha mãe e não queria ficar. Mas, com a calma que sempre conheci à minha professora, lá fui entrando “enganada” para os meus pais irem embora e a medo. As minhas colegas já estavam sentadas. Lembro-me de algumas e ainda converso com outras. A professora disse-me qual era o meu lugar e fiquei sentada ao lado da G. Mais tarde, ficaria ao lado da A.
As aulas começaram e foi quando reparei que a professora Infância não se limitava a ensinar a “ler, escrever e contar” tão na moda nesses tempos obscuros do antes 25 de abril. Ela contava histórias. Ela ensinava canções. Ela montava bancas de feiras para nos ensinar a comprar. Ela obrigava a decorar poesias. Algumas ainda as sei de cor… 
Nos anos 80 voltei à Escola de São Sebastião. Enquanto aluna da Escola do Magistério Primário, foi essa a escola que me foi atribuída para estagiar. Sabia apenas que era uma turma de 3.º ano. Quando cheguei, lá estava a minha professora!
- Oh Zézinha, que andas por aqui a fazer?
- Venho estagiar, senhora professora.
- O quê?!? Já estás no estágio?!?
A minha resposta foi apenas um tímido sorriso…
- Para que turma vais?
- Não sei, apenas sei que é uma turma de 3.º ano…
- Olha… é a minha!
Bom, estão a imaginar o misto de surpresa e de alegria de “voltar a casa”.
Foi um privilégio que esta senhora tenha entrado por duas vezes na minha vida para me ensinar. Ensinar os primeiros passos de aluna e ensinar os primeiros passos de professora.

Obrigada, Senhora Professora Infância Barreira!

Zé Vara Pires

Sem comentários:

Enviar um comentário