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A GNR esteve presente para garantir a segurança do bispo perante os ânimos exaltados dos populares, que se fartaram de gritar "queremos o padre Óscar", "o bispo vai para a rua" entre outras palavras de ordem.
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Após mais de uma hora de missa, o bispo de Bragança-Miranda saiu do recinto também de carro, perante o olhar atento da GNR, sem dar qualquer explicação ao povo que se manifestava, ou aos jornalistas presentes, sobre a transferência do padre Óscar. A Diocese mantém-se, por enquanto, em silêncio sobre este assunto.
Manuel Carlos Gonçalves, residente no Amedo, foi um dos elementos integrantes da manifestação. Disse não concordar com a decisão do bispo, que, "apesar de ser católico, separa o rebanho em vez de o unir". Por isso foi ali "exigir uma explicação para a saída do padre Óscar".
"Enviamos uma carta ao bispo a pedir explicações, causou algum burburinho, mas não nos respondeu", reforçou, por seu lado, Mafalda Araújo, residente nos Pereiros. "O padre Óscar disse-nos que gostaria de continuar connosco", acrescentou, enquanto Maria Cabral, residente em Codeçais, sublinhou que "o padre Óscar está nas paróquias mais distantes da civilização e que não é justo que lhe façam o que estão a fazer".
O JN falou com o padre Óscar Paiva, mas este não quis comentar a realização da manifestação a favor da sua permanência, na qual não esteve presente. Limitou-se a dizer que "gostava de continuar" a sua missão no concelho de Carrazeda, onde é, ou era, responsável por 11 paróquias, num total de 21 aldeias.
A possível transferência do sacerdote tem vindo a ser contestada nos últimos meses, tanto nas redes sociais como através de vários abaixo-assinados e petições que foram subscritos por centenas de paroquianos. Muitos deles estiveram na manifestação desta tarde.
O sacerdote, com pouco mais de 30 anos, começou a ganhar alguns "anticorpos" no concelho de Carrazeda, em 2015, depois de ter comunicado ao então presidente da Câmara Municipal, José Luís Correia, eleito pelo PSD, que devido à alteração dos estatutos do Centro Social e Paroquial de Vilarinho da Castanheira - terra do autarca e onde Óscar Paiva era pároco - não poderia, enquanto detentor de um cargo político, continuar a fazer parte da direção da instituição.
Em protesto contra a decisão e contra a forma como lhe foi comunicada, "por telefone", segundo disse na altura, José Luís Correia não participou na procissão da festa da sede de concelho, tal como é hábito fazer o presidente da Câmara e o restante executivo.
Depois das Eleições Autárquicas de 2017, realizadas a 01 de outubro, Óscar Paiva foi visado por um comunicado da Comissão Política Concelhia de Carrazeda do PSD, cuja candidatura venceu o sufrágio, por alegadamente ter avisado, no final da missa de domingo, 15 de outubro, em Vilarinho da Castanheira, sobre a realização, na localidade, de um convívio da candidatura dos Unidos por Carrazeda para celebrar a vitória naquela freguesia. "Como ele não sabe separar a Igreja da política, que alguém mais responsável o ensine a ter outra postura", lia-se no comunicado.
Da manifestação saiu ainda de que o novo padre, Bruno Dias, deverá ser bem acolhido nas paróquias onde até agora esteve Óscar Paiva, pois segundo diziam os participantes, "ele não tem culpa do que está a acontecer e será recebido com alegria e com todo o respeito".
Eduardo Pinto
Jornal de Notícias
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