Desde domingo que é oficialmente proibido abater animais nos centros de recolha de todo o pais, sendo apenas permitida a eutanásia em casos que se justifique.
A entrada em vigor da lei despertou preocupação em alguns municípios que acreditam que os centros de recolha não têm capacidade suficiente para albergar o elevado número de animais que são constantemente recebidos por essas instituições.
Uma opinião que é partilhada por Nuno Morais, médico veterinário municipal de Macedo de Cavaleiros, que acredita que a adoção vai levar ao esgotamento da capacidade destes centros:
“Temos levado por mês bastantes animais para o canil e as instalações não permitem um número tão elevado. Vamos lá uma vez por semana e isso vai fazer com que o canil fique cheio. Para resolvemos este problema temos de ter maior capacidade nos centros, ou então a situação vai ficar completamente impossível.”
Mas a abolição do abate já não é novidade nos municípios da Terra Quente Transmontana. Desde fevereiro de 2017 que o Cantinho do Animal, antigo canil intermunicipal, deixou de abater animais, optando por uma política de promoção à adoção cuja taxa tem crescido substancialmente, ajudando a contornar o problema da sobrelotação, como refere Paulo Afonso, médico veterinário do Cantinho do Animal:
“É verdade que nos deparamos diariamente com uma entrada excessiva de animais abandonados, vadios e errantes, nos municípios de ação do Centro de Recolha Oficial da Terra Quente Transmontana.
Nós contornamos este problema apostando na promoção da adoção e esse tem sido o nosso lema desde fevereiro de 2017 em que antecipamos a aplicação da lei.
A taxa de adoção aumentou significativamente, primeiro de forma gradual, e agora tem estabilizado em valores bastante positivos. Temos em média uma adoção por dia, o que representa uma duplicação ou até triplicação dos valores iniciais. Há, inclusive, pessoas interessadas em adoptar os nossos animais que nos contactam de outros pontos do país e até do estrangeiro.
Embora a sobrelotação exista, o aumento das adopções tem-nos permitido gerir a entrada de animais que nos chegam pelos diversos municípios.“
Neste momento o centro de recolha oficial da Terra Quente Transmontana recebe cerca de 100 animais por mês, entre cães e gatos, e a taxa de adoção situa-se entre os 20% e os 30%.
Mesmo assim, o veterinário avança que as instalações do centro vão ser ampliadas de forma a precaver um aumento do número de animais no futuro:
“Temos em vista a ampliação do centro de recolha pois é expectável que a entrada de animais continue nos próximos anos e, por também estamos a prevenir caso as taxas de adopção, mortalidade ou eutanásia diminuam. Assim vamos poder albergar mais animais pois, apesar do aumento da taxa de adopção, a sobrelotação é uma realidade.”
De 1 a 5 de outubro o Centro de Recolha Oficial da Terra Quente volta a promover a Semana do Animal em que a adoção é totalmente gratuita. No dia quatro acontece ainda um Open Day, dando a quem quiser a oportunidade de conhecer o trabalho do centro.
Escrito por ONDA LIVRE
Sem comentários:
Enviar um comentário