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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

De vinhas velhas se faz vinho de qualidade

Jovens vitivinicultores recuperam vinhas velhas, em Mogadouro.



Frederico Machado e Ricardo Alves são dois jovens empreendedores apostados em produzir vinho de “qualidade” a partir de “vinhas velhas”, com mais de 70 anos, na freguesia de Bemposta, no concelho de Mogadouro.

Conheceram-se no mestrado em Enologia, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), passaram por países como a Austrália, Estados Unidos, África do Sul, França, Alemanha e Espanha, onde adquiriram conhecimentos, e decidiram apostar no Interior do país, na produção de vinhos de mesa, brancos e tintos.

O projeto arrancou o ano passado e prevê um investimento na ordem dos 400 mil euros.
Frederico Machado conta à Renascença que, no ano de arranque do projeto, conseguiram “uma vinha com pouco mais de um hectare e, a partir daí, começaram a surgir novas vinhas e novas oportunidades”.

“Estamos, de momento, com cerca de dez hectares de vinhas velhas”, acrescenta o jovem empreendedor.

Segundo Ricardo Alves, “o facto de a vinha ser antiga e estar implantada há muitos anos no mesmo sítio dá uma qualidade não vista em vinhas novas”.

Preservar a qualidade e a tradição das vinhas velhas no Douro Internacional é outro dos propósitos dos dois vitivinicultores.

“Nós trabalhamos um vinho mais leve e fresco, que seja mais fácil de beber, tanto de verão como de inverno, o que se trata de um produto diferenciador”, explica Ricardo Alves.

No território onde os dois jovens estão a produzir o vinho, assiste-se atualmente a um abandono das vinhas velhas devido à idade avançadas dos seus proprietários.

“Estamos a assistir ao arranque de vinhas velhas para serem substituídas por outras culturas. Dentro da nossa capacidade, iremos tentar preservar este património”, refere Ricardo, acrescentando que” a variedade das castas existentes nas vinhas velhas, aliadas às características singulares do terreno, pesou bastante na escolha para a realização do investimento.

As principais castas usadas para vinhos tintos são a tinta gorda, o bastardo, rufete, tinta francisca, ou alvarilhão. Já para a produção de vinhos brancos há malvasia, verdelho, posto branco, ou bastando branco.

A Arribas Wine Company, assim se designa o novo projeto vitivinícola, sedeado no distrito de Bragança, conseguiu, no primeiro ano de produção, chegar às 2.900 garrafas de vinho tinto, produção que os empreendedores estimam alcançar também este ano, apesar de estarmos perante "um ano fraco”.

“Este ano vamos, ainda, tentar produzir 1.500 litros de vinho branco e testar uma nova experiência, que ainda mantemos em segredo”, avança Frederico Machado.

A construção de raiz de uma adega em Bemposta e a comercialização dos vinhos no mercado nacional e internacional são outras das apostas dos empreendedores.

“O terreno já foi adquirido. Pretendemos atingir uma produção máxima de 50.000 garrafas de vinho por ano e investir cerca de 300 mil euros, só neste projeto”, adiantam.

O vinho tinto produzido pela Arribas Wine Company já têm procura internacional, prevendo-se exportações para França e Inglaterra. Em Portugal, o “Saroto”, designação dada ao vinho, está presente em vários restaurantes.

Olímpia Mairos
Rádio Renascença

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