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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Instituto Politécnico de Bragança associa-se à marcha de sábado

MORTE DE GIOVANI ESTÁ ASSOCIADA A UM MOTIVO FÚTIL E NÃO A ÓDIO RACIAL, CONSIDERA PJ PORTUGUESA

Várias marchas de homenagem ao estudante cabo-verdiano que morreu a 31 de dezembro foram convocadas para sábado nas redes sociais por estudantes cabo-verdianos em Portugal, uma das quais marcada para Bragança e à qual se associa o Instituto Politécnico local.

Lisboa, Porto e Coimbra são outras capitais de distrito para as quais estão programadas marchas e vigílias de homenagem a Luís Giovani.

O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Orlando Rodrigues, informou hoje que a instituição associa-se no sábado à marcha de solidariedade pelo estudante cabo-verdiano morto para mostrar que esta é “uma região de paz e segurança”.

O responsável entende que foi “um ato isolado e tresloucado” a agressão que levou à morte do jovem, de 21 anos, Luís Giovani Rodrigues, que tinha chegado há pouco tempo à região para estudar na escola de Mirandela do Instituto Politécnico de Bragança.

O presidente afirmou à Lusa que toda a direção do IPB estará presente na marcha de Bragança e o próprio só não estará se a data coincidir com o funeral do jovem em Cabo Verde, onde pretende deslocar-se para acompanhar as cerimónias.

O corpo do estudante cabo-verdiano ainda está em Portugal à espera de ser trasladado, o que deverá acontecer até ao final da semana.

A marcha de homenagem sairá pelas 15:00 de sábado do campus do politécnico com trajeto pela Praça da Sé até à Catedral, onde será celebrada missa pelo bispo de Bragança-Miranda, José Cordeiro.

O estudante cabo-verdiano foi encontrado ferido numa rua de Bragança na madrugada de 21 de dezembro e morreu 10 dias depois, num hospital do Porto.

“Isto foi um ato isolado, tresloucado. Os nossos valores não são os da violência, não são os valores da nossa cidade, da nossa região, não é aquilo em que acreditamos”, afirmou o presidente do IPB.

Embora os pormenores do que se passou ainda não sejam conhecidos, “nada justifica” o que aconteceu e que “é inegável que resultou de uma rixa no ambiente noturno”.

O politécnico tomou conhecimento da situação depois da morte do aluno e emitiu uma nota de pesar, nomeadamente nas páginas oficiais nas redes sociais.

A preocupação agora da instituição “é com a família, confortar a dor de um pai, uma mãe, uma família que perde um filho”, como sublinhou.

Outra preocupação do presidente do IPB “é fazer passar a mensagem de que este não é o contexto da instituição e da região” e que levará à marcha de sábado em Bragança, à qual Orlando Rodrigues “gostaria que a cidade se associasse”.

“Para demonstrar que é uma região de paz e de segurança e que prezamos o valor da sã convivência, do respeito pelos outros, e garantir que a nossa instituição e a região não ficam associados a eventos de uma sociedade intolerante”, declarou.

O IPB decretou luto académico até à realização do funeral de Luís Giovani dos Santos Rodrigues, do curso de Design de Jogos Digitais, natural da ilha do Fogo, em Cabo Verde.

Já hoje o diretor da Escola Superior de Comunicação Administração e Turismo (EsACT) de Mirandela, onde o estudante foi admitido, enviou uma nota à comunidade académica a lamentar “profundamente” o sucedido e a repudiar “qualquer forma de violência, seja ela de que natureza for, qualquer que seja o seu contexto ou motivação”.

“Independentemente dos contornos que tenham sido suscitados, o desenlace não é aceitável, não é admissível, pelo que, enquanto academia, enquanto membros desta sociedade de tolerância em que acreditamos viver e para a qual queremos contribuir, na sua construção e solidificação, manifestamos toda a nossa confiança no cabal esclarecimento, pelas autoridades competentes, dos acontecimentos que levaram a este dramático e infeliz desenlace”, escreveu o diretor, Luís Pires.

O caso do estudante cabo-verdiano chegou às autoridades de Bragança como um possível alcoolizado caído na rua sem menção a agressões ou ferimentos, como contou hoje à Lusa o segundo comandante dos bombeiros de Bragança, Carlos Martins.

Só depois de chegar ao local e avaliar a vítima é que a equipa de emergência descobriu um ferimento na cabeça e “verificou que se tratava de um possível traumatismo craniano”, como indicou.

O jovem estava caído na Avenida Sá Carneiro, junto a uma loja (a W52), mais de meio quilómetro e alguns minutos a pé do bar Lagoa Azul onde terá estado com um grupo de amigos e onde terá começado uma desavença apontada como a origem da agressão.

O bar publicou nas redes sociais um esclarecimento a confirmar que na madrugada do dia 21 de dezembro, “por razões desconhecidas, dois clientes envolveram-se em confrontos no bar”.

“Nenhum dos envolvidos neste confronto era o Luís Giovani Rodrigues”, refere, lamentando a morte do jovem. Soube-se mais tarde que um dos envolvidos fazia parte do grupo com quem Giovani tinha saído.

Um primo da vítima contou ao jornal “Contacto” que a desavença terá começado por um dos amigos de Giovani ter tocado numa rapariga e o namorado não ter gostado.

Segundo o mesmo, quando o grupo de Giovani saiu do bar era aguardado por vários elementos “com cintos, paus e ferros” que terão agredido o elemento envolvido na desavença com a rapariga.

O mesmo relato indica que Luís Giovani terá intervindo para parar a contenda e foi atingido com “uma paulada na cabeça”, o que terá feito o grupo dispersar.

O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária que ainda não revelou se há suspeitos, mas que aponta para “um motivo fútil” na origem do caso e afasta a tese de ódio racial, segundo avança hoje o jornal Público.

O diário indica também que “a autópsia foi inconclusiva, não esclarecendo se a morte foi provocada pela agressão ou pela queda” na rua, onde o jovem foi encontrado inanimado.


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