Uma alteração à lei que Luís Carlos Fernandes, presidente da Federação das Associações Juvenis do Distrito de Bragança não tem dúvidas que vai criar obstáculos às associações da região:
“O distrito é muito envelhecido e essa lei vai criar obstáculos à participação de alguns jovens que já têm os seus trabalhos e podem dar o tempo que têm disponível às associações. Quem não o tem, são os jovens que saem do distrito e vão estudar para as universidades, para os centros urbanos, e, com tal, não vão conseguir fazer parte dessas associações.
Portanto, isso diminui em muito o número de pessoas ativas e disponíveis para integrar as associações.
Assim sendo, essa lei constringe um pouco o associativismo distrital e obviamente que vai ter de haver um redirecionar e ajustar das pessoas que fazem partes das associações.”
Assim sendo, o dirigente reconhece que terão de ser criados mecanismos para incentivar mais os jovens do distrito a integrar associações desta natureza, e acredita que a federação vai ter um papel importante nesse sentido:
“Não sei muito bem de que forma serão criados esses mecanismos, talvez com mais publicidade, incentivos do Estado ou até, como já acontece em alguns locais, fazer com que o voluntariado conte como créditos em alguns estabelecimentos de ensino superior. No entanto, isso também desvirtuaria o voluntariado como sendo algo livre e sem interesse.
Também a federação poderá ser aqui um intermediário, como entidade que conhece as dificuldades, as associações e os jovens, tem um papel fundamental não só na partilha dos contactos e informação, como também do explicar a essas entidades como proceder.”
Declarações à margem do III Encontro das Associações Juvenis do Distrito de Bragança que aconteceu em Mogadouro e contou com a presença do presidente da federação nacional e de cerca de 30 dirigentes associativos um pouco de toda a região Norte.
Para Luís Carlos Fernandes, estes encontros são importantes para promover a união e a partilha de ideias entre os jovens:
“Os encontros distritais das associações juvenis acontecem um pouco para nos unirmos, sabermos quem está nas associações atualmente e para haver uma base de trabalho pois às vezes é difícil deslocarmos-nos aos locais.
Estamos aqui em Mogadouro pela primeira vez mas com certeza que este encontro se fará em outro concelho na edição seguinte. Temos de ter essa resiliência e vontade de ir a outros locais e participar, ainda que o associativismo seja sempre complicado em termos de valores porque é algo gratuito e para o qual nos predispomos, mas os jovens ainda têm alguma força para continuar esta luta pelos direitos deles e pelas ideias que muitas vezes surgem em contexto de café mas que são o fator determinante para avançar com eventos e projetos.”
O evento contou com uma sessão de esclarecimento sobre cooperativismo jovem no mundo dos negócios e foi a apresentação da plataforma digital da Federação das Associações Juvenis do Distrito de Bragança.
Escrito por ONDA LIVRE
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