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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Estranhos Tempos

Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")




Nestes tempos olho as ruas vazias,
E escuto o silencio das estradas,
Sentindo a solidão nas casas.
Vivendo as noites frias,
Olhando as pessoas paradas.

O mundo, a respiração prende,
Por pavor do vírus liberto
E se para alguns, o fim é certo,
Para outros a imobilidade ofende,
Mesmo se a morte está perto.

Escuto os pássaros, sinal de esperança
Num futuro ainda desconhecido
Num presente tão tremido
Em que me encolho, qual criança
Como de um castigo, fugido.

Vestes brancas, pobre idoso
Suportando os males do mundo,
Neste planeta imundo
Reza a missa, saudoso,
Do povo que orava, profundo.

Tu que estás no Céu, Criador,
Abençoa estas Tuas criaturas,
Poupa-as a tais torturas
E afasta para longe a dor
Livra-os de tais amarguras.

Leva os Teus cavaleiros, também

Que há muito lançaste na Terra,
Livra-nos da Fome e da Guerra,
Livra-nos de todo o mal, Amém,
E da Peste que hoje aqui se ferra.

Os loucos governam o mundo,
Deixam todos os outros morrer,
Desprezam os que deviam proteger
Querem o dinheiro, nauseabundo,
Tudo o resto se pode perder.

A morte de um homem é tragédia
Mas só estatística, se forem mais,
Não pensam assim os demais
Apenas os loucos que têm a rédea
Quando entre os seus, não há fatais

Assustada, a criança chora
Temendo o pior, choramos também
É uma dor que não poupa ninguém
Mas há quem p’ra isso não tenha hora
Envolto na luta de salvar alguém.

E graças a eles,

 Irá ficar tudo bem.





Manuel Amaro Mendonça nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016) e "Daqueles Além Marão" (Abril 2017), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Ganhou um 1º e um 3º prémio em dois concursos de escrita e os seus textos já foram seleccionados para mais de uma dezena de antologias de contos, de diversas editoras.


Outros trabalhos estão em projeto e saírão em breve, mantenha-se atento às novidades AQUI.

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