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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Bragança “Já aceitamos que vamos todos adoecer inevitavelmente”

“Desorganização” é a palavra mais vezes repetida pelos profissionais de saúde do hospital distrital de Bragança para descrever a forma como estão a lidar com a pandemia de covid-19. Até meio desta semana, não havia sequer um horário de trabalho validado pela direcção clínica. Foram os profissionais que se auto-regularam, definindo o seu próprio horário.
“O que sentimos é que não havia plano nenhum”, explica um médico daquela unidade de saúde, que pediu para não ser identificado. Médicos e enfermeiros contam estar já “a viver na pele” os problemas causados pela falta de organização da unidade de saúde e assumem que serão eles próprios afectados: “Nós já aceitamos que vamos todos adoecer, inevitavelmente”.

Um médico e dois enfermeiros estão em casa, em isolamento, enquanto esperam os resultados do teste, suspeitos de serem portadores do vírus. A restante equipa também foi testada e aguarda resultados, mas continuou a trabalhar.

“É uma luta, todos os dias”, garantir que existem materiais de protecção individual dos profissionais de saúde, diz o mesmo profissional. Na semana passada, quando começaram a ser tratados pacientes com o novo coronavírus, não existia sequer o equipamento adequado.

O meu marido também continua a trabalhar e tenho recorrido aos avós para ajudar com as crianças, não tenho outra opção

Hoje, ainda é preciso usar os meios “com muito parcimónia”, até porque há dias em que estes continuam a faltar. Na quarta-feira, por exemplo, as batas disponibilizadas aos profissionais de saúde não eram impermeáveis, o que os impediu de fazer o trabalho habitual. Durante todo o dia, os médicos não puderam ver os pacientes.

A equipa dedicada para tratar dos pacientes com diagnóstico confirmado ou suspeitas de ter a doença está “desfalcada”. Inclui apenas um especialista e dois médicos internos, a que acabariam por se juntar, de forma voluntária, dois outros clínicos, no início desta semana.

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