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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 28 de março de 2020

NA HORA DE FUGIR, O SAPO-CORREDOR TEM EM CONTA A DISTÂNCIA A QUE ESTÁ DO REFÚGIO

A distância do refúgio influencia as estratégias do sapo-corredor quando este precisa de fugir de predadores, segundo um novo estudo científico de um investigador espanhol.

O sapo-corredor (Epidalea calamita) altera a sua estratégia de fuga aos predadores em função da distância a que está do seu refúgio, correndo mais depressa e de forma mais contínua apenas se a distância for curta, descobriu o investigador Francisco Javier Zamora-Camacho, do Museu Nacional espanhol de Ciências Naturais (MNCN-CSIC).

Assim, este sapo consegue reduzir os custos da fuga e o risco de ser detectado pelo predador.

Na natureza, uma das estratégias mais frequentes para enganar os predadores é a fuga até à segurança de um refúgio.

No entanto, para a presa isto implica um gasto energético e um maior risco de ser detectada pelo predador.

“Neste estudo quis comprovar como a distância a que se encontra o refúgio afecta a estratégia de fuga das presas”, explicou, em comunicado divulgado hoje, Francisco Javier Zamora-Camacho, autor da investigação desenvolvida enquanto esteve no MNCN.

O investigador escolheu como modelo o sapo-corredor já que, como o seu nome indica, esta espécie não se desloca aos saltos mas sim através de rotas intermitentes.

Para a experiência foram usados 48 sapos – 21 fêmeas e 27 machos – mas todos foram devolvidos ao seu habitat natural depois de terminado o estudo. Sãos e salvos.
Sapo-corredor. Foto: Francisco Javier Zamora-Camacho
Estes 48 sapos foram levados para terrários onde foram construídos três percursos de distâncias diferentes (210, 140 e 70 centímetros) desde a linha de saída até aos refúgios. Em cada percurso foi simulada a presença de predadores e mediu-se a velocidade e o número de vezes que os indivíduos paravam durante a fuga.

A experiência permitiu concluir que os sapos que se sentiram ameaçados responderam primeiro com movimentos lentos e intermitentes e apenas mudaram para movimentos mais rápidos e contínuos quando a ameaça persistia.

Contudo, a estratégia de corrida de fuga não era sempre a mesma.

“Os resultados obtidos mostram que, a curtas distâncias, os sapos correm mais depressa, o que lhes permite chegar mais rápido ao refúgio. Ao contrário, nos percursos de média e de longa distância, os sapos apenas aceleraram depois de terem percorrido a primeira etapa e fizeram uma deslocação mais intermitente, parando com mais frequência. Isto ajuda os sapos a poupar energia e reduzir o risco de serem detectados”, explicou o investigador.

O estudo, publicado na revista científica Zoology, também concluiu que o efeito da distância dos refúgios sobre as estratégias de fuga foi maior no caso dos machos do que nas fêmeas.


Na opinião de Francisco Javier Zamora-Camacho, isto pode dever-se ao facto de os machos estarem mais expostos aos predadores durante actividades como a defesa do território ou o acasalamento. Nessas alturas, os sapos corredores machos “têm mais necessidade de desenvolver estratégias de fuga eficazes”.

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