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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Médico está a deixar de ir às aldeias do Nordeste Transmontano

 Várias aldeias do Nordeste Transmontano estão a perder as consultas médicas periódicas nas extensões de saúde que, durante anos, asseguraram uma proximidade que começou a desaparecer ainda antes das restrições impostas pela pandemia covid-19.
O médico já não ia a Rebordelo, no concelho de Vinhais, “muito anteriormente à covid”, como testemunhou à Lusa o presidente da junta de freguesia, Marcos Pimentel.

Nesta aldeia do distrito de Bragança, estava estipulada a presença do médico duas vezes por mês.

“Passou a vir uma vez por mês, até que deixou de vir”, contou o autarca.

Nessa ocasião, a junta de freguesia garante ter “reclamado junto do centro de saúde de Vinhais e da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste”, mas sem sucesso.

O presidente da junta disse à Lusa que continuaram a pressionar a entidade responsável pelos serviços de saúde na região, e que obteve recentemente a garantia do presidente da ULS do Nordeste de que “a situação iria ser regularizada depois da covid”.

A autarquia está, junto com a Câmara de Vinhais, “a fazer um esforço para ter condições condignas” para o serviço de saúde, com um investimento de 150 mil euros em obras na sede da freguesia para reabilitação e melhoramentos.

O objetivo é “criar condições para que o médico regresse”.

Na aldeia há cerca de 500 habitantes, muitos dos quais acabaram por transferir os processos de médico de família para o centro de saúde na sede de concelho, Vinhais.

O número de utentes reduziu, o que pode prejudicar a reivindicação do regresso do médico, admitiu o autarca, que acredita ter outros argumentos como “o bom exemplo de parceria” que foi o processo de vacinação contra a gripe.

Na freguesia de Ligares, em Freixo de Espada à Cinta, a extensão de saúde ficou vazia desde que morreu, em maio de 2018, a médica que mais amiúde ia à aldeia, contou à Lusa o presidente, Ademar Bento.

Nesta aldeia, havia consultas duas vezes por semana e tempos houve em que iam lá dois médicos.

O tempo foi passando e, aos telefonemas a perguntar se iria alguém, a resposta do centro de Saúde de Freixo de Espada à Cinta para a extensão de Ligares, era sempre a mesma: “hoje não há médicos”.

Só mais tarde é que a freguesia foi informada de que a ia fechar e o pessoal da saúde só regressou à aldeia para ir buscar o equipamento à extensão que funcionava na sede da junta.

A autarquia local atenuou a situação com uma parceria com uma farmácia de Torre de Moncorvo, que vai uma vez por semana a Ligares levar medicação.

Naquele a que continuam a chamar “o posto médico”, os técnicos da farmácia aproveitam a deslocação para fazer alguns exames às pessoas, para acompanhamento da situação de saúde.

A junta disponibiliza também à população um podologista, uma vez por mês.

Nas aldeias da União de Freguesias de Aveleda e Rio de Onor, em Bragança, é também a junta que presta alguns serviços de proximidade às populações.

Segundo o presidente, José Preto, só a uma das aldeias, Guadramil, é que ia o médico uma vez por mês, mas deixou de ir desde que começou a pandemia de covid-19.

A união de freguesias integra, ainda, Varge e, para as quatro aldeias, a junta tinha contratado por conta própria uma enfermeira para acompanhar as populações, que deixou de com a pandemia.

A união de freguesia está agora a “tentar fazer um protocolo com a Cruz Vermelha de Bragança para as equipas desta instituição passaram a ir às aldeias fazer vacinação, medir tensões e outros atos importantes para a saúde e, sobretudo falar com bocadinho com os velhotes, que é o que eles mais precisam”.

Também no concelho de Bragança, o presidente da junta de freguesia de Babe, Alberto Pais, assegurou à Lusa que a extensão de saúde da aldeia tem funcionado, em moldes diferentes.

Segundo contou, desde as restrições impostas logo no início da pandemia, “que não é de forma presencial, mas a médica tem acompanhado os utentes”.

“Vai ligando, não tem é ido à extensão”, explicou.

As pessoas ainda não se queixaram, nem têm pedido nada ao presidente da junta, pelo que conclui que está a correr bem, até porque a aldeia tem um serviço de entrega de medicamentos há vários anos, que assegura o essencial para as doenças associadas à idade avançada da população.

O que o presidente da junta espera é que, quando houver o regresso à normalidade, a médica regresse também à aldeia e que a atual situação não seja para sempre.

“Não podemos deixar acabar os serviços”, afirmou.

A Lusa questionou a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste sobre o número de extensões de saúde existentes no distrito de Bragança e como estão a funcionar, nomeadamente depois das restrições impostas pela pandemia nos serviços de saúde.

Aquela entidade respondeu, por escrito, que “atendendo à atual situação de pandemia, os serviços na área dos Cuidados de Saúde Primários da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, em que se integram os Centros de Saúde e as Extensões de Saúde, foram alvo de uma reorganização”.

A entidade não concretiza os termos da reorganização que justifica para “dar resposta às necessidades dos utentes, no estrito cumprimento das normas e das diretrizes da Direção-Geral da Saúde ao nível da prevenção de contágios por SARS-CoV-2”.

A ULS do Nordeste refere que “as equipas do Departamento de Cuidados de Saúde Primários têm vindo a garantir o acompanhamento de todos os utentes da sua área de abrangência, assegurando o melhor acesso aos serviços, com a necessária segurança”.

HFI // ACG Lusa, Foto: AP

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