No concelho de Vinhais há mais de 20 trabalhadores transfronteiriços que são obrigados a fazer centenas de quilómetros diários para conseguirem ir trabalhar. Luís Fernandes, autarca vinhaense, afirma que esta pode ser outra das excepções de passagem e chama atenção para os constrangimentos causados.
“Mais do que um protesto é uma chamada de atenção para a necessidade também de aqui, no concelho de Vinhais, haver uma fronteira aberta, nem que seja durante algumas horas do dia, porque é importante tendo em atenção o número de trabalhadores transfronteiriços, alguns deles sujeitos até a perder o emprego, porque têm que se deslocar aos únicos locais abertos que é Quintanilha ou Vila Verde”, explicou.
A fronteira de Moimenta, no concelho de Vinhais, foi o ponto simbólico escolhido onde os autarcas fizeram um minuto de silêncio e protestaram com cartazes. Luís Fernandes acrescenta que muitos dos trabalhadores a passar a fronteira são profissionais de saúde.
Do lado espanhol a reivindicação repete-se. O presidente da câmara de Mezquita, na Galiza, Rafael Pérez, explica que a maioria dos trabalhadores daquela região trabalha em padarias e restaurantes portugueses.
Com a fronteira de Moimenta fechada, os trabalhadores espanhóis têm que fazer a passagem por Chaves, distrito de Vila Real. Mas há quem arrisque e faça a passagem ilegalmente.
“Cento e tal quilómetros daqui a Chaves. As pessoas estão a fazer estes quilómetros ou a passar por onde podem. Não sei se se pode chamar ilegalmente, mas testar a sorte. Deixam um carro de um lado, outro do outro e passam a pé, não têm outra solução, têm que resolver a sua vida”, referiu Rafael Pérez.
Com o fecho deste ponto de passagem em Moimenta, são prejudicadas as gentes do concelho de vinhais, mas também de Mezquita, Gudinha, Riós e de outros concelhos raianos. No distrito de Bragança, Quintanilha é o único ponto de fronteira aberto em permanência. Há ainda dois com horário especifico, em Rio de Onor, duas vezes por semana, e em Miranda do Douro, quatro horas por dia.
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