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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Festival Gastronómico do Rancho Transmontano em modo take-away

 Amanhã, cerca de três mil pessoas de Mirandela vão ter à mesa para o almoço, rancho, de borla, confecionado por 36 restaurantes do concelho
Os perto de três mil litros desta iguaria típica mirandelense - que mistura grão-de-bico, carnes, batata, massa e presunto - são pagos pelo Município que, em parceria com a Associação Comercial e Industrial, entendeu ser a melhor forma para poder realizar a quinta edição do festival gastronómico do rancho transmontano, agora em modo take-away, já que a pandemia não permite o ajuntamento de milhares de pessoas, como vinha sendo habitual, nos anos anteriores, no mercado municipal da cidade.

Cada restaurante tinha um número limite máximo de 90 pessoas para poder servir e praticamente todos esgotaram as inscrições. “Neste tempo que vivemos, era necessário reiventar e não deixar cair as nossas tradições e neste caso o festival do rancho. Lançamos o desafio à restauração de ser em modo de take-away e tivemos uma enorme até superior à edição do ano passado”, confirma a vereadora da câmara de Mirandela, Vera Preto. As inscrições foram feitas nos últimos três dias, numa plataforma online do Município, onde foi possível escolher o restaurante preferido para levantar o rancho, entre as 10 da manhã e as três da tarde de sábado. “Para cumprir as regras de segurança, porque não queremos que as pessoas se exponham, a inscrição teve de ser feita previamente e para evitar que as pessoas pudessem circular entre vários restaurantes, cada um já sabe antecipadamente onde deve ir buscar a comida e durante um período alargado de tempo, para não haver grandes ajuntamentos”, acrescenta.

A iniciativa é elogiada pelos proprietários de restaurantes. “É pena porque se não fosse a pandemia, seria um dia de festa com muita gente a juntar-se, mas como há este confinamento acho muito positiva esta ideia do Município”, diz Paulo Correia, proprietário do restaurante “Távora”. “Não estava a contar que pudesse acontecer, foi uma super iniciativa porque estamos com as casas fechadas e com muita dificuldade para pagar as nossas contas. É uma ajudinha”, adianta Noémia Lemos, do restaurante “O Batalhão”.

A tradição do rancho aos dias de feira

Por Mirandela, é tradição o rancho transmontano fazer parte da ementa de praticamente toda a restauração, nos dias da feira semanal, ou seja, todas as quintas-feiras.

Todas as quintas-feiras, às 8 da manhã, Noémia Lemos, proprietária e cozinheira do restaurante Batalhão, já anda de volta das panelas para perto do meio-dia, poder ter pronto o famoso rancho transmontano. “As panelas de pressão estão a cozer o presunto e outra está a cozer a vitela”, começa por explicar.

Um ritual que acontece há mais de 15 anos. “Comecei a fazer cerca de 10 litros, mas agora, antes da pandemia, houve feiras em que já não chegavam dois potes de 160 litros cada”, conta

Em dias de casa cheia e encomendas para take-away, Noémia tem de ter preparados cerca de 20 quilos de grão-de-bico, 40 pacotes de massa, 20 quilos de vitela, outros 20 de batata e 10 de presunto. “A única coisa que fica feita no dia anterior, são as batatas descascadas e o grão- de- bico de molho. Depois, é meter o grão a cozer na panela, colocar as carnes a cozer que depois são desfeitas. Após o grão estar cozido, introduzo as carnes, a batata e a massa. Tudo para fazer entre as 08 e o meio-dia quando começo a servir”, refere Noémia que confessa não ter nenhum segredo para este manjar. ”Não tenho segredo nenhum. Não utilizo a água do presunto, mas antes a água do grão e da vitela. À parte faço um estrugido com azeite, cebola e chouriço”.

E o preço, esse também é convidativo. “Uma dose dá para duas pessoas e sobra e só pagam cinco euros. Muita gente vem buscar para comer em casa, porque fica muito em conta”.

Escrito por Terra Quente (CIR)

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