Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")
Que fosses, barro
Argila branca,
Cal e pedra
Terra e lama, na minha mão
Para poder moldar-te,
A meu jeito,
corpo e alma.
Com rigor e perfeição!
Gostava de inventar-te,
Fabricar-te,
Construir-te um coração.
Que batesse e que aprendesse
Que sentisse e que amasse
Com fervor e com paixão.
Gostava…
De moldar-te dedos e braços,
Para que pudesses sentir
Esta solidão imensa,
Na falta de tantos abraços.
Gostava…
Desenhar-te e de pintar-te
Boca, lábios, desejos.
Para sentires como dói
A ausência de uma caricia
A falta de amor e beijos.
Gostava…
Tranquilizar-te e dominar-te,
Refazer-te e de moldar-te
De conseguir desvendar-te
De forma absurda e imperfeita,
Essa tua imperfeição
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