Os vídeos dão a conhecer uma relação carinhosa e ternurenta de uma avó de 95 anos, com uma lucidez notável, com o seu neto, 70 anos mais novo, que retrata conversas por vezes "apimentadas" por expressões tipicamente transmontanas que deliciam quem as ouve.
"Nunca me passou pela cabeça que isto tivesse tanto sucesso", confessa João Fraga, neto de Adozinda Augusta e responsável pela "produção" dos vídeos das conversas. E tudo começou com uma brincadeira. "Inicialmente, foi para mostrar apenas aos meus amigos, mas acharam tanta piada que sugeriram partilhar nas redes sociais", conta João que acabou por fazer uma compilação de alguns vídeos que se tornaram um sucesso à escala mundial. "Fiz um vídeo de pouco mais de um minuto, mas como houve uma falha na internet ficou automaticamente a publicar durante a noite. Pensei que iria ter umas 400 ou 500 visualizações, mas para meu espanto quando acordo tenho uma enchente de notificações no telemóvel, quando fui ver a página já tinha mais de 780 mil visualizações de pessoas que vivem em Espanha, no Luxemburgo, França e não só", revela o neto de Adozinda.
Os vídeos dão a conhecer uma relação de muito carinho e cumplicidade que existe há muitos anos. "Ela sempre foi assim muito divertida. Desde pequeno que temos esta ligação e sempre gostei de me meter com ela, para depois vir atrás de mim a acertar-me o passo", diz.
Um dos vídeos partilhados no facebook já soma mais de 5 milhões de visualizações. João garante que é tudo feito de forma natural. "Não lhe digo para que ela diga isto ou aquilo, simplesmente gravo as nossas conversas", garante.
A protagonista, antes do confinamento, recebia visitas de pessoas que a queriam conhecer e tirar selfies com ela. "Tanta fotografia que já me tiraram, que não tem conta. Vêm do Porto, de Vila Real, Amarante e do caralhixos, não conheço ninguém mas eles conhecem-me", conta a vovó viral.
"Não sei o que querem de mim, mas podiam trazer uma esmola que já não posso trabalhar", afirma, soltando uma enorme gargalhada. Esta terça-feira, Adozinda recebeu no centro de Saúde de Mirandela, a primeira dose da vacina contra a Covid-19. "Não custa nada. Foi só dar e pronto. Aquilo é uma agulha pequenina", disse.
Agora vai regressar para receber a segunda dose, em meados de março.
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