Cerca de 70 pessoas quiseram chamar a atenção para o que dizem ser um projecto com fortes elevados impactos ambientais para a região.
Ángel Duarte habitante de Calabor já trabalhou nas antigas minas, e recorda os efeitos negativos nomeadamente na água.
“Como lavam a terra, o estanho e o volfrâmio todo o lodo do pó descia até ao rio e como havia pouca quantidade de água no Verão todos os locais com água mais parada tinham lodo e era perigosos, ninguém podia entrar no rio”, recorda.
A marcha por 7,5 quilómetros percorreu alguns caminhos de contrabando e passou perto do local para onde está projectada a mina a céu aberto.
A iniciativa foi organizada pela plataforma espanhola contra a mina e pelo movimento UIVO, criado do lado de cá da fronteira para contestar o investimento. Rui Loureiro deste movimento explica que a marcha serve para alertar a comunidade e decisores, mas também para ver no local quais poderão ser as implicações de uma exploração como a que se prevê.
“Achávamos que estava na altura de as pessoas conhecerem do que estamos a falar, de facto lemos, instruímo-nos sobre o que pode estar em causa com este projecto, mas achamos que estava na altura de ver, até em termos de paisagem o que está em causa, até a parte hidrológica, muito importante aqui, tem muitos aquíferos que vem alimentar projectos de exploração de água como depois bacias do Sabor e do Douro”, sublinhou.
Maria Duarte, que detém um balneário de águas em Calabor, diz que é importante chamar a atenção das pessoas para o impacto que esta exploração terá se avançar.
“Há muita gente que não conhece ou que conhecendo o projecto não sabe o alcance do que está previsto. O objectivo é explicar às pessoas que o que se vai fazer é algo descomunal, fora do lugar e numa zona como esta tem uma implicação muito grande, é um projecto muito selvagem. Em Calabor já houve mina, desde sempre, mas o que vem agora não é uma mina como as antigas, tem 2650 hectares a céu aberto e com implicações ambientais muito grandes”, realça.
A declaração de impacto ambiental do projecto já esteve em consulta pública e o governo português foi chamado a pronunciar-se, mas pediu mais informação ao governo espanhol, pela qual ainda estará a aguardar.
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