Camilo Mendonça foi responsável pela criação do Complexo Agro-Industrial do Cachão, em 62 e, por isso, impulsionador da agricultura e indústria em Trás-os-Montes.
“Ele viu aqui em Trás-os-Montes, com o projecto do Cachão, aquilo que era, mesmo na Europa, muito avançado. Há 60 anos criar a mudança que ele quis criar na agricultura, ligar a agricultura à indústria, criar novos canais comerciais, fazer isto longe de Lisboa, sem vias de comunicação, num regime de ditadura, em condições económicas e sociais muito diferentes das de hoje, foi excepcional”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Depois do 25 de Abril, o Complexo do Cachão tem vindo a cair em declínio e já são poucas as empresas que se mantêm. O chefe de Estado considera que a revitalização da agricultura passa agora pela aposta no regadio.
“O que se trata agora, num futuro próximo, e até na utilização de fundos europeus, é de apostar em aproveitamentos hidroagrícolas e na importância da água para Trás-os-Montes. O regadio é fundamental para a nossa agricultura e essa é uma posta de futuro como era vista de futuro há 60 anos”, referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou também as assimetrias que existem no país, entre o interior e litoral, que devem ser mudadas.
“O problema é que ainda temos desigualdades muito grandes territoriais e não podem haver portugueses de primeira ou de segunda, ou de terceira e isto aplica-se também às desigualdades sociais todas”.
Esta sexta-feira, o Presidente da República esteve também em Macedo de Cavaleiros, em Vilarelhos, no concelho de Alfândega da Fé, terra natal de Camilo de Mendonça, e na barragem do Peneireiro, em Vila Flor, no âmbito das comemorações do centenário do nascimento do transmontano.
Camilo de Mendonça era padrinho de baptismo de Marcelo Rebelo de Sousa.
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