Escrita por Arthur Miller, em 1949, tem precisamente a idade do encenador, Jorge Silva Melo. “É uma peça com 73 anos. Quando peguei nela era para fazer uma homenagem, aos 70 anos da peça. Depois tudo se foi atrasando. Quando a comecei a trabalhar nela descobri muita coisa que nunca tinha visto na peça, sendo que a vi várias vezes em Nova Iorque, Londres e Lisboa”.
A “Morte de um caixeiro viajante” é a falência da sociedade capitalista e de consumo do pós-guerra nos Estados Unidos para com aqueles que são descartáveis. “É um homem que está no fim da sua carreira laboral, tem 52 anos, vai ser posto na rua, daí a pouco, sem reforma. Tinha um emprego e deixa de o ter. Passa a ganhar à comissão. Tem algum dinheiro, pouco. Acaba de comprar a casa e já não há ninguém para lá viver porque os filhos já não moram lá. Já não serve para nada”.
Para o encenador desta peça, trazer teatro ao interior é agora muito mais fácil, as condições com a nova rede de teatros que têm boas condições e as redes criadas como a rede Eunice, permite às populações apreciarem bons espectáculos na sua terra. “Uma das intenções que tínhamos e que queríamos fazer aqui em Bragança era, de dois em dois anos, era podermos apresentar um espectáculo de grandes dimensões nestes teatros fantásticos. Ainda bem que Bragança está agora na rede Eunice”.
A peça estreou em Abril, em Portalegre, em plena pandemia, o que não facilitou as coisas. Ainda assim, tem vindo, apesar de tudo, a cumprir a sua digressão, tendo já passado por Lisboa e pelo Cartaxo. A peça chega agora a Bragança, de onde segue para Ponte de Lima, Portimão e Guarda, no fim do mês de Outubro.
“A morte de um caixeiro viajante”, hoje à noite, no Teatro Municipal de Bragança, às 21:00.
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